quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Diocese de Parnaíba abre a Porta Santa da Misericórdia

Porta Santa da Catedral de Parnaíba - localizada na lateral da igreja,
no lado que dá ao Salão Paroquial Mons. Mário José de Menezes
Conforme as recomendações do Santo Padre Francisco na sua bula “Misericordiae Vultus” para o Ano Santo Extraordinário da Misericórdia, no dia 15 de dezembro o bispo diocesano de Parnaíba, dom Alfredo Scháffler, com seu presbitério realizaram uma digna celebração na Igreja Catedral de Nossa Senhora Mãe da Divina Graça quando também se fez a abertura da Porta Santa da Misericórdia. De todas as paróquias vieram representações com os padres para participar nesta solene celebração.
Esta Porta Santa tal como as quatro Portas Santas das arquibasílicas de Roma está enriquecida dos dons das indulgências. (Para saber o que são as indulgências, acesse AQUI).
Confira a homilia do Bispo de Parnaíba na ocasião da abertura da Porta Santa. A homilia também se baseia num artigo do arcebispo de Belo Horizonte, dom Walmor Oliveira de Azevedo.

A primeira leitura fala da cidade rebelde, desonrada e desumana, que não prestou ouvidos aos apelos de Deus e não aceitou correção, preferindo continuar no caminho errado. [Sofonias 3,1-2.9-13]
Quantas vezes Deus tem dado oportunidade de mudarmos de vida, de agirmos diferente, conforme sua vontade, mas não damos ouvido e preferimos continuar ignorando os apelos dele.
O tempo do Advento continuar um tempo de apelo a mudança.
O que Deus quer de nós?
No dizer do profeta que sejamos pessoas de lábios purificados que presemos culto ao Deus verdadeiro.
Devemos colocar sempre nossa confiança em Deus, pois só assim não cometeremos iniquidades, não falaremos tantas mentiras nem enganaremos mais o próximo.
A conversão é o elemento central do evangelho de hoje.
O primeiro, quando lhe foi pedido para fazer algo, prontamente disse, não, mas depois se arrependeu e foi. Já o segundo disse que sim, mas depois não foi.
O primeiro representa aqueles que embora pecadores, tomam consciência dos seus erros e buscam os caminhos de Deus, cuja misericórdia está sem fim.
Ao abrir a Porta Santa na Basílica de São Pedro, na última terça-feira, o Papa Francisco convoca todos a cultivar e a vivenciar a misericórdia.
O gesto marca o início do Jubileu Extraordinário da Misericórdia que, hoje iniciamos na nossa Diocese e no próximo domingo em todas as paróquias.
Acolher a convocação do Papa exige disposição para matricular-se na escola de Cristo Jesus, aquele que vem ao encontro da humanidade e revela o rosto misericordioso de Deus Pai.
Em Cristo, só n’Ele e por Ele, se aprende a lição da misericórdia.
Esse aprendizado cria impulsos que transformam.
Contemplando o mistério do amor de Deus revelado na paixão, morte e ressurreição de Cristo é que se compreende o significado da misericórdia.
Jesus revela o rosto misericordioso de Deus Pai, que envia seu Filho Amado como oferta para a redenção da humanidade.
A misericórdia se torna visível, viva e atinge seu ápice com Ele, o Salvador do mundo. O próprio Jesus Cristo nos fala:: “Sede misericordiosos, como o vosso Pai é misericordioso” (Lc 6, 36).
Cultivar a misericórdia é assumir a convicção de que a humanidade precisa, urgentemente, de grande renovação espiritual.
Diante do mundo que está aí, isso não é fácil, o mundo de hoje fala uma linguagem diferente.
O mundo está cada vez mais submetido ao consumismo, às dinâmicas do lucro sem limites, às leis de um “bem-estar” egoísta e efêmero, raízes dos muitos problemas que ameaçam a vida.
Será que não existe uma grave crise espiritual que causa o envenenamento e a morte de tudo o que é indispensável para o equilíbrio das relações humanitárias, sociais e políticas.
Por isso, é urgente derrubar as muralhas que separam cada vez mais as pessoas uns dos outros. Eles  adoecem as instituições, inclusive as religiosas .
A misericórdia nos levar a construir pontes que aproximam as pessoas.
Compreende-se, assim, que a misericórdia, aprendida e vivida, é um remédio que possa rejuvenescer nossa humanidade tantas vezes  cansada.
Permite estabelecer novos ordenamentos sociais que priorizem, respeitem e promovam a dignidade humana.
O Papa Francisco convoca nos como  Igreja Católica, convoca todos os homens e mulheres de boa vontade, cada cidadão, a presidir a própria conduta a partir da lei fundamental que mora no coração de cada pessoa: a misericórdia, muitas vezes soterrada em escombros de orgulhos, mesquinhez e ganâncias.
Isso é possível quando se procura enxergar, com olhos sinceros, cada irmão.
Isso possa ser uma lição capaz de promover transformações de grande alcance.
Cabe o exercício simples e exigente de agir com misericórdia para tornar, cada um, sinal eficaz da presença misericordiosa de Deus Pai, revelada em Jesus Cristo, com seus gestos, palavras e a sua oferta.
Cultivar a misericórdia é caminho para encontrar o tempo novo.
Permite à humanidade superar a gravíssima crise espiritual e, assim, compreender que a solução de problemas não vem simplesmente das estatísticas, números, aumento sem limites da produção e do consumo.
 Também está longe da doentia luta pelo acúmulo egoísta de riquezas.
Será que não está na hora de aprender a lição do amor , através da prática da misericórdia, para evitar que  continuem a se multiplicar os desequilíbrios e desastres políticos, humanos e ecológicos?
 Cultivar a misericórdia requer coragem humilde de fazer mea-culpa, assumir as responsabilidades na constituição do cenário de violências, corrupção e indiferenças.
É um caminho feito de várias paradas e recomeços.
A Igreja, pelo caminho desse Ano Santo, se compromete com a celebração de um Jubileu que resulte em renovações.
Temos tantas parábolas que nos falam da misericórdia, da ovelha perdida, do pai com os dois filhos, da moeda perdida.
A misericórdia é um programa de vida desafiador como rico de alegria e paz.
O imperativo de Jesus dirigido a tantos ouvem a sua voz.
Isso significa corajosas novas posturas de abertura, ainda mais proximidade ao povo, audácia maior nas partilhas e nos compromissos com a justiça.
As portas das nossas Igrejas estejam abertas, senão se tornem um museu no dizer do Papa.
Os diferentes grupos e pastorais procurem descobrir formas concretas como possam viver a misericórdia que sempre nos deve levar a generosidade.
Parabenizo as paróquias que saibam ser generosas quando no dízimo destinam pelo menos 10% a ação social e caritativa.
Triste quando se pede o dízimo e fica com a parte que é das pessoas necessitadas para gastar com enfeites desnecessários.
Vamos colocar bem este tema da misericórdia nos nossos festejos como tema principal, mas não somente com palavras.
É o desejo explícito do Papa de refletir e praticar as obras de misericórdia corporais e espirituais.
Colocar as obras de misericórdia corporais e espirituais em prática em cada paroquia.
Dar de comer que tem fome, dar de beber que tem sede, acolher, vestir as pessoas que estão sem roupa, visitar os doentes e os que vivem esquecidos, os prisioneiros, velar e sepultar os mortos,
As obras de misericórdia espiritual é aconselhar, consolar, confortar os aflitos, suportar com paciência, colocar o ouvido no coração dos que sofrem.
São Paulo nos fala: “Quem se dedica as obras de misericórdia, faça-o com alegria.” Rm 12,8
“Felizes os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia “ esta bem aventurança que deve inspirar-nos como particular empenho neste Ano Santo.
Vamos colocar em todas as paróquias uma porta especial – como porta da misericórdia. Para lembrar e praticar as obras da misericórdia.
Eis agora a oportunidade para viver, com entusiasmo, a convocação feita pelo Papa Francisco: CULTIVAR A MISERICÓRDIA.

Fonte: Diocese de Parnaíba.

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