quinta-feira, 29 de novembro de 2012

"MISSA É COMO UM POEMA, NÃO SUPORTA ENFEITE NENHUM", DIZ ADÉLIA PRADO

Escritora brasileira defende resgate da beleza na celebração da liturgia 

Por Alexandre Ribeiro 

Ao defender o esmero com as celebrações litúrgicas e a beleza como uma «necessidade vital» que deve permeá-las, a escritora brasileira Adélia Prado afirma que «a missa é como um poema, não suporta enfeite nenhum». 
Papa presidindo o Santo Sacrifício da Missa.
Foto: Internet.
«A missa é a coisa mais absurdamente poética que existe. É o absolutamente novo sempre. É Cristo se encarnando, tendo a sua Paixão, morrendo e ressuscitando. Nós não temos de botar mais nada em cima disso, é só isso», enfatiza. 
[...] Ao propor a discussão do resgate da beleza nas celebrações litúrgicas, Adélia Prado reconheceu que essa é uma preocupação que a tem ocupado «há muitos anos». «Como cristã de confissão católica, eu acredito que tenho o dever de não ignorar a questão», disse. 
«Olha, gente – comentou com um tom de humor e lamento –, têm algumas celebrações que a gente sai da igreja com vontade de procurar um lugar para rezar.» 
Como um primeiro ponto a ser debatido, Adélia colocou a questão do canto usado na liturgia. Especialmente o canto «que tem um novo significado quanto à participação popular», ele «muitas vezes não ajuda a rezar». 
«O canto não é ungido, ele é feito, fazido, fabricado. É indispensável redescobrir o canto oração», disse, citando o padre católico Max Thurian, que, observador no Concílio Vaticano II ainda como calvinista, posteriormente converteu-se ao catolicismo e ordenou-se sacerdote. 
Adélia Prado reforçou as observações, enfatizando que «o canto barulhento, com instrumentos ruidosos, os microfones altíssimos, não facilita a oração, mas impede o espaço de silêncio, de serenidade contemplativa». 
Segundo a poeta, «a palavra foi inventada para ser calada. É só depois que se cala que a gente ouve. A beleza de uma celebração e de qualquer coisa, a beleza da arte, é puro silêncio e pura audição». 
«Nós não encontramos mais em nossas igrejas o espaço do silêncio. Eu estou falando da minha experiência, queira Deus que não seja essa a experiência aqui», comentou. 
«Parece que há um horror ao vazio. Não se pode parar um minuto». «Não há silêncio. Não havendo silêncio, não há audição. Eu não ouço a palavra, porque eu não ouço o mistério, e eu estou celebrando o mistério», disse. 
De acordo com a escritora mineira (natural de Divinópolis), «muitos procedimentos nossos são uma tentativa de domesticar aquilo que é inefável, que não pode ser domesticado, que é o absolutamente outro». 
«Porque a coisa é tão indizível, a magnitude é tal, que eu não tenho palavras. E não ter palavras significa o quê? Que existe algo inefável e que eu devo tratar com toda reverência.» 
Adélia Prado fez então críticas a interpretações equivocadas que se fizeram do Concílio Vaticano II na questão da reforma litúrgica. 
«Não é o fato de ter passado do latim para a língua vernácula, no nosso caso o português, não é isso. Mas é que nessa passagem houve um barateamento. Nós barateamos a linguagem e o culto ficou empobrecido daquilo que é a sua própria natureza, que é a beleza.» 
«A liturgia celebra o quê?» – questionou –. «O mistério. E que mistério é esse? É o mistério de uma criatura que reverencia e se prostra diante do Criador. É o humano diante do divino. Não há como colocar esse procedimento num nível de coisas banais ou comuns.» 
Segundo Adélia, o erro está na suposição de que, para aproximar o povo de Deus, deve-se falar a linguagem do povo. 
«Mas o que é a linguagem do povo? É aí que mora o equívoco», – disse –. «Não há ninguém que se acerca com maior reverência do mistério de Deus do que o próprio povo». 
«O próprio povo é aquele que mais tem reverência pelo sagrado e pelo mistério», enfatizou. 
«Como é que eu posso oferecer a esse povo uma música sem unção, orações fabricadas, que a gente vê tão multiplicadas e colocadas nos bancos das igrejas, e que nada têm a ver com essa magnitude que é o homem, humano, pecador, aproximar-se do mistério.» 
Segundo a escritora brasileira, barateou-se o espaço do sagrado e da liturgia «com letras feias, com músicas feias, comportamentos vulgares na igreja». 
«E está tão banalizado isso tudo nas nossas igrejas que até o modo de falar de Deus a gente mudou. Fala-se o “Chefão”, “Aquele lá de cima”, o “Paizão”, o “Companheirão”.» 
«Deus não é um “Companheirão”, ele não é um “Paizão”, ele não é um “Chefão”. Eu estou falando de outra coisa. Então há a necessidade de uma linguagem diferente, para que o povo de Deus possa realmente experimentar ou buscar aquilo que a Palavra está anunciando», afirmou. 
Para Adélia Prado, «linguagem religiosa é linguagem da criatura reconhecendo que é criatura, que Deus não é manipulável, e que eu dependo dele para mover a minha mão». 
Com esse espírito, enfatizou, «nossa Igreja pode criar naturalmente ritos e comportamentos, cantos absolutamente maravilhosos, porque verdadeiros». 
Ao destacar que a missa é como um poema e que não suporta enfeites, Adélia Prado afirmou que a celebração da Eucaristia «é perfeita» na sua simplicidade. 
«Nós colocamos enfeites, cartazes para todo lado, procissão disso, procissão daquilo, procissão do ofertório, procissão da Bíblia, palmas para Jesus. São coisas que vão quebrando o ritmo. E a missa tem um ritmo, é a liturgia da Palavra, as ofertas, a consagração… então ela é inteirinha.» 
«A arte a gente não entende. Fé a gente não entende. É algo dirigido à terceira margem da alma, ao sentimento, à sensibilidade. Não precisa inventar nada, nada, nada», disse Adélia. 
E encerrou declamando um poema seu, cujo um fragmento diz: 

Ninguém vê o cordeiro degolado na mesa, 
o sangue sobre as toalhas, 
seu lancinante grito, 
ninguém”.

Fonte: ZENIT. Publicado em: 2/12/2007.

Missa não é opereta

Pe. Zezinho, scj 

Opera é um teatro todo cantado. Opereta, um teatro declamado, falado e cantado. Pode haver danças no meio. É mais ou menos isso! Os detalhes eu deixo para os especialistas em artes cênicas. Missa é culto católico, com séculos de história, que não depende de lugar para acontecer, mas, em geral, acontece num templo. Não é nem nunca foi ópera ou opereta. Quem dela participa não é ator e nem o presidente da assembléia nem os cantores podem ser sua principal atração. 
Mas são! E o são por conta de um fato: a maioria não estudou ou não respeita as orientações dos especialistas de uma ciência chamada "liturgia". Liturgia deve ser o que impede que o altar vire palco, e o lado direito ou esquerdo dele vire coxia! Regula o culto de maneira que transpareça a catequese e a teologia daquele momento. Na hora em que o presidente daquele culto, ofuscado pelas luzes e pela fama local ou nacional, e algum cantor ou cantora deslumbrado com a sua chance de mostrar seu talento roubam a cena, temos mais uma exibição de opereta, num templo católico. Gestos, corridinhas, roupas lindas, música que estoura os ouvidos, o padre onipresente, inserções aqui e ali no script do que tratam como peça de arte, vinte músicas para uma missa, as canções duram 50 minutos e as palavras da missa 12 ou 15, o sermão do padre 25... E o povo que não pagou para assistir, é convidado a deixar sua contribuição no ofertório. Na semana que vem haverá outra exibição... Isto, nos cultos em que o altar vira palco e o celebrante que poderia, sim, ser alegre, comunicativo, acolhedor, resolve se o ator principal com alguns coadjuvantes chamados banda católica. 
Nos outros cultos chamados de eucaristia e tratados como eucaristia a coisa é bem outra! Tem decoro, tem lógica, obedece-se ao conteúdo e aos textos daquele dia, as canções são verdadeiramente litúrgicas, os leitores sabem ler e não engasgam, os microfones não estouram, ninguém toca nem fala para ensurdecer, músicos não entram em competição, nenhum solista canta demais, cantores apenas lideram o povo, ninguém fica dedilhando cançõezinhas durante a consagração, como fundo para Jesus que faz o seu debut, as canções são ensaiadas e escolhidas de acordo com o tema da missa daquele dia, não se canta na hora da saudação de paz porque ninguém diz bom dia, ou como vai cantando...Tais coisas só acontecem nas operetas... 
Nas missas sérias e com unção ninguém fica passando à frente ou atrás do altar, ministro não fica mexendo no altar enquanto o padre prega, padre não exagera nas vestes, não berra, não grita, não dá show de presença, tudo é feito com muita seriedade e decoro. O padre até se destaca pela seriedade. Celebra-se, dentro das nuances permitidas, o mesmo ato teológico com implicações sociais que se celebra no mundo inteiro. Todos aparecem e ninguém se destaca. 
Mas receio ser inútil escrever sobre estas coisas, porque pouquíssimas bandas e pouquíssimos sacerdotes admitem que isso acontece com eles... E ai de quem disser que acontece! Mandam consultar o ibope sobre as novas missas transformadas em operetas, nas quais se privilegia mais canção do que os textos do dia. Perguntem se, depois daquele "somzão" e daquelas inserções com exorcismo, oração em línguas e outros adendos não aumentou a freqüência aos templos! É! Pois é! 

Fonte: Paulinas.

sábado, 24 de novembro de 2012

Cristo Reina

Dom Orani João Tempesta, O. Cist. 
Arcebispo Metropolitano de S. Sebastião do Rio de Janeiro, RJ 

Chegamos ao último domingo do Ano Litúrgico! A Igreja nos convida a olhar para a direção de Cristo, Senhor e Rei do Universo. Toda a nossa vida, como a liturgia, é para que Cristo reine no mundo. É também o Dia do Cristão Leigo. A sua presença no mundo testemunhando Jesus Cristo é a grande missão de discípulo missionário. Estamos recebendo nesta última semana do ano litúrgico representantes de quase uma centena de nações que virão ao Rio de Janeiro, junto com o Pontifício Conselho dos Leigos, para os preparativos da JMJ Rio 2013. Esse gesto é muito significativo: todo o nosso trabalho e a vida dos jovens é para que Cristo, reinando nas vidas e nos corações de todos, com uma nova vida no coração e nas atitudes, caminhem na direção da civilização do amor.
É domingo de Cristo Rei! Nós recordamos que chegada a sua hora, Jesus é levado a Pilatos para que ele ratificasse a decisão do Sinédrio e o condenasse à morte. Pilatos lhe pergunta: “És tu o rei dos judeus?” Respondeu Jesus: “Tu o dizes. Sou rei”. Na sequência do interrogatório, Jesus afirma que seu Reino não é deste mundo e a ele veio para dar testemunho da Verdade. Pilatos indaga: “O que é a Verdade?”. 
O Reino de Deus é um mistério! Só com os olhos da fé podemos entendê-lo. Somente a fé é capaz de abrir nossos olhos para o plano da Providência Divina sobre o universo criado, sobre a presença do mal na história e o mistério do Reino que triunfará. 
Vivemos dias difíceis. O mistério da iniquidade parece dominar todos os setores da civilização atual. A cada novo dia novos problemas e violências aparecem por todos os cantos do mundo. Como predisse Jesus, nos textos escatológicos do Evangelho, nações se erguem contra nações, povo contra povo e, no meio do mesmo povo, as desordens de todo o gênero a nos colocar, a todos, diante da destruição moral e física, diante da morte. Parece ver a fotografia de nossos jornais, revistas e noticiários diários e semanais. 
Mas, “Importa que Ele reine até que seus inimigos caiam a seus pés.” E para esta missão o Senhor nos chamou quando, glorificada a sua humanidade, ascendeu aos céus e nos mandou ir para anunciar o seu Reino a todos os povos. 
Nos prenúncios da Nova Evangelização, sobre o que se insiste hoje na Igreja, como bem refletiu o Sínodo dos Bispos recém-findo, já no limiar do século XX, Pio XI instituiu esta festa para que, de uma forma conveniente com a cultura atual, fosse entendida pela civilização de hoje, e nós, cristãos, levássemos o mundo ao conhecimento da Verdade e proclamássemos o Reino que está entre nós e pelo qual anseia o coração humano e aspira toda a criação, como ensina São Paulo. 
Como os apóstolos, quando, com o Mestre, se dirigiam à Jerusalém para o embate final da cruz, ainda temos em mente um reino terrestre, em que desejamos um lugar proeminente. Mas Jesus desfaz essas pretensões e apresenta o modelo do seu Reino, onde todos são irmãos e servem uns aos outros na caridade que emana do amor ao Pai. Serão esses que, sendo discípulos de Jesus, anunciam-No ao mundo com sua palavra e testemunho. 
O evangelista João nos atesta a geração eterna do Verbo, que se tornou homem para testemunhar a Verdade. Que veio para o que era seu povo e não foi por esse reconhecido. Ele mostrou seu poder às multidões que O seguiam, que o quiseram fazer rei, não entendendo o milagre da multiplicação dos pães, como nos relatam os sinóticos. 
Cristo é o Rei do Universo, não como os reis terrenos, cuja glória é fugidia e cujo poder é limitado. O pão que Ele nos dá não é como o maná que nossos pais comeram e morreram todos eles, porque é Ele próprio o pão da vida. 
São Paulo, escrevendo aos Colossenses, canta a grandeza desse mistério que Deus nos revelou pelo seu Cristo. Por Ele e para Ele foram feitas todas as coisas, as visíveis e as invisíveis. 
Ele é o Primogênito dos mortos, em quem reside toda a plenitude e poder, para que por Ele fossem destruídos o pecado e a morte e por Ele e Nele, libertos da corrupção e da morte, todos participassem de seu Reino de Santidade e de Vida, Reino de Justiça e Verdade, de Amor e de Paz. 
Neste final de semana começamos também a Campanha para a Evangelização em todo o Brasil, que, no terceiro domingo do Advento, após as reflexões próprias deste tempo, chegaremos à coleta nacional pela evangelização. O tema está bem dentro desse clima que vivemos neste domingo e na preocupação com a nova Evangelização: “Eu vi e dou testemunho: Ele é o Filho de Deus” (Jo 1, 34) e por isso somos chamados ao Evangeli-já. Essas reflexões sobre a necessidade de evangelizar devem ajudar a Igreja a ser cada vez mais um sinal do Reino de Deus no mundo de hoje. 
Nesta solenidade de Cristo Rei que encerra o ano litúrgico, como uma coroa de toda uma vivência cristã, alicerçada na fé, proclamemos em nossos corações a realeza de Cristo e renovemos nossa consagração batismal de levar o Seu nome a todas as gentes, a todas as atividades humanas, santificando-as por Seu nome. 

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

"Fase pós-eleitoral", por Dom Alfredo Scháffler

Boa reflexão para os cristãos-cidadãos da cidade de Parnaíba. Leia:

Fase pós-eleitoral
 
Passadas as eleições a consciência cidadã é desafiada a considerar que está terminada a etapa da campanha eleitoral, anunciados os vitoriosos e iniciada a fase que marca o próximo quadriênio. Esta etapa é tão, ou mais importante quanto a que culminou com a ida as urnas. Os eleitores tem o direito e o dever de acompanhar o desempenho dos seus representantes no Executivo e no Legislativo.
Este acompanhamento é uma participação cidadã de alta importância. Os eleitos estão, nem é necessário dizer, a serviço da sociedade civil. Configurada no seu tecido pelos eleitores, a sociedade tem um valor considerável, de modo que a comunidade política, constituída pelo voto, está a serviço dela.
A sociedade civil, enquanto universal, é a guardiã e destinatária do bem comum com a obrigação e o dever de exigir respeito na medida do direito de cada cidadão. A comunidade civil não pode, portanto, ser considerada, como um apêndice ou uma variável da comunidade política. A civil tem preeminência sobre a política. Sua justificação é o serviço prestado aos cidadãos, todos na construção de uma sociedade justa, solidária e depositaria de valores. A referência é aos valores relacionais, morais, éticos e de abertura a transcendência. Aqui se localiza o lugar educativo e de imprescindível contribuição que a Igreja Católica tem direito e obrigação de oferecer.
A comunidade política não é a fonte única e inesgotável na definição de valores que se constituem como parâmetro e critério para a sua orientação. Quando se pensa, por exemplo, a respeito de ideologias políticas individualistas, totalitárias e relativistas, no que concerne aos valores morais, a comunidade política precisa de instâncias de confronto que lhe podem dar novos rumos. Não se trata da constituição de bancada, por exemplo, na câmara municipal, com qualificação confessional, muitas vezes para atender a interesses de tipo cartorial. Trata-se de um indispensável confronto e presença propositiva à consciência de representantes eleitos, para que esses não se sustentem apenas no ideário ideológico de seus partidos, e nem apenas de modo individualista do tecido de sua própria consciência que precisa, é claro, ser bem permanentemente formada na direção do respeito à vida e na gestão do que é o do bem comum.
O Papa Bento XVI conclamou os bispos, na sua tarefa de ensinar, a formar a consciência moral do povo e esclarecer com veemência a doutrina moral iluminando escolhas e discernimentos no âmbito da política, para garantir rumos adequados e inequívocos quanto ao respeito à vida, desde a fecundação até a morte natural, assim na priorização da infraestrutura e erradicação da miséria.
Não se pode considerar que este período pós-eleitoral significa um silêncio ou um acompanhamento de desfechos. A fé professada com sinceridade, ancorada em referências éticas, alimenta-se de uma fonte indispensável ao exercício desse serviço prestado pela comunidade política.
O momento está exigindo e é propício para que se alcance, com mais rapidez, conquistas na infraestrutura, erradicação da miséria avanços na ciência, tecnologia, economia e educação, e ainda respeito à liberdade religiosa promoção de valores humanos, morais.
A fé cristã tem, pois, importante tarefa, também agora depois das Eleições. Enquanto que temos famílias que sobrevivem do lixo que nós jogamos fora, não podemos dizer que já se resolveu o mais elementar da dignidade das pessoas da nossa cidade.
Firme na fé e fiquem com Deus.

+ Alfredo Scháffler
Bispo de Parnaíba-PI

domingo, 18 de novembro de 2012

Comunhão e partilha entre as dioceses brasileiras

Dom Alfredo Shaffler (foto), bispo de Parnaíba (PI) e presidente do Regional NE-IV da CNBB, encaminhou, junto ao Conselho Permanente da CNBB, a operacionalização de uma das principais decisões do episcopado brasileiro, durante a 50ª Assembleia Geral da CNBB, em abril deste ano, que foi a criação de um fundo para colaborar com a formação dos seminaristas das dioceses mais pobres. Chamado de “Comunhão e Partilha”, o projeto, aprovado por unanimidade, já está em pleno funcionamento. (Cf. Matéria relacionada, AQUI).
Criada em maio deste ano, a Comissão Especial para a Solidariedade Entre as Dioceses é presidida por dom Alfredo. Após um levantamento das dioceses e prelazias que não têm recursos para custear plenamente a formação de seus seminaristas, elas foram divididas em dois grupos: o grupo A, com renda mensal até R$ 10 mil; e o grupo B, com renda mensal acima de R$ 10 mil e abaixo de R$ 20 mil. 
Por decisão do Conselho Permanente, inicialmente foram atendidas as dioceses e prelazias do grupo A, até que o recurso permita atender ao grupo B. Todas as dioceses, a partir de julho de 2012, passaram a depositar 1% de sua renda ordinária fixa - recebida mensalmente das paróquias, dos santuários, dos aluguéis e de outras entradas – todo dia 30 de cada mês. 
Na CNBB, a Comissão encarregada de administrar e supervisionar o fundo de solidariedade faz o repasse ao seminário/casa de formação, no valor de dois salários mínimos, em benefício de cada seminarista pertencente às dioceses e prelazias do Grupo A. Também está previsto, quando houver recursos, o repasse do valor de 75% de dois salários mínimos, em benefício de cada seminarista pertencente às dioceses do Grupo B. A diocese beneficiada deve informar à CNBB o nome do seminarista, bem [como] enviar um relatório anual da ajuda recebida e sua aplicação. 
Já foram beneficiadas pelo projeto as dioceses de São Raimundo Nonato (PI), Corumbá (MS), Bom Jesus (PI), Zé Doca (MA), Ponta de Pedras (PA), Brejo (MA), Marajó (PA), Paranatinga (MT) e Borba (AM). O projeto “Comunhão e Partilha” terá duração de cinco anos, quando será submetido à avaliação pela Assembleia Geral da CNBB.

Fonte: Adaptado de CNBB.

sábado, 17 de novembro de 2012

Irmãos participam do festejo de Santa Teresinha

Na noite de ontem, 16, irmãos de nossa comunidade participaram da Santa Missa presidida pelo nosso pároco, Pe. Vicente, na 2ª noite da Festa em honra de Santa Teresinha do Menino Jesus e da Sagrada Face, doutora da Igreja e Padroeira das Missões, na Capela a ela dedicada no bairro São Vicente de Paulo.
Participe você também! 
A festa vai até dia 25 de novembro!

CONFIRA A PROGRAMAÇÃO CLICANDO NAS IMAGENS! 

Bento XVI cita exemplo de José de Anchieta aos jovens

Bento XVI voltou a recordar aos brasileiros a figura de seu Apóstolo, o Beato José de Anchieta. Desta vez, o Santo Padre dirigiu-se aos jovens do mundo inteiro ao citá-lo na “Mensagem para a XXVIII Jornada Mundial da Juventude”, publicada na sexta-feira (16/11), sobre a JMJ Rio 2013.
Disse o Santo Padre: “Penso, por exemplo, no Beato José de Anchieta, jovem jesuíta espanhol do século XVI, que partiu em missão para o Brasil quando tinha menos de vinte anos e se tornou um grande apóstolo do Novo Mundo.” 
Essa frase do Papa é antecedida por um aceno à entrega da própria vida feita por jovens generosos em favor da construção do Reino de Deus. Bento XVI escreve ainda: “Com grande entusiasmo, levaram a Boa Nova do Amor de Deus manifestado em Cristo, com meios e possibilidades muito inferiores àqueles de que dispomos hoje em dia.” 
É verdade! Basta pensarmos no Brasil recém achado, sem estradas, sem recurso algum e o aquilo que José de Anchieta realizou, adoentado e apenas com o conhecimento de um jovem de 18 anos. 
Esse rapaz, cheio de ardor por Jesus Cristo, aprendeu, em poucos meses, a língua tupi para evangelizar os donos da terra e colaborar no trabalho missionário de seus companheiros, observou o que agradava aos indígenas e lançou mão do teatro, da dança e da música para catequizá-los. 
Sim, o Santo Padre tem razão ao apresentar o jovem José de Anchieta, ou melhor, o jovem José do Brasil, como modelo e incentivo aos jovens de hoje.


Saiba mais sobre o José de Anchieta...

Beato José de Anchieta, “Apóstolo do Brasil”. 

Nasceu em 19 de março de 1534 em San Cristóvão de La Laguna, Tenerife, Ilhas Canárias, Espanha. Filho de uma rica e proeminente família e possivelmente parente de Santo Inácio de Loyola. Foi educado em Portugal. Entrou para a Ordem dos jesuítas em 1551 com 17 anos. Foi missionário no Brasil, chegando em 13 de julho de 1553. 
Quando jovem deslocou a espinha e quando entrou para os jesuítas foi enviado ao Brasil na esperança que com o seu clima quente suas costas melhorassem. Isto nunca ocorreu e ele estava em constantes dores nas costas por 44 anos que trabalhou no Brasil. 
Junto com o jesuíta Manuel da Nóbrega chegaram em Piratininga na festa da Conversão de São Paulo (25/01) e assim nomearam a Missão como São Paulo. Nascia assim a cidade de São Paulo. Seus fundadores, sob a inspiração de Manuel da Nóbrega, haviam sido os treze jesuítas chegados de São Vicente. 
Em 1553 ele se encontrou com os índios Tupis que viviam nas proximidades da missão. Ele dominou rapidamente a língua dos índios. 
Por duas décadas José trabalhou na gramática indígena e escreveu dicionários que seriam usados pelos portugueses e pelos missionários. 
José mais tarde foi feito refém por 5 meses pelos índios da tribo do Tamoios e durante este tempo ele compôs um poema em latim em Honra a Santíssima Virgem. Como não tinha papel e tinta, ele escreveu na areia molhada e memorizou os versos. Quando de novo voltou para São Vicente ele passou, ao todo, 4.172 linhas para o papel. 
José converteu a tribo dos Maramomis e compôs peças para os estudantes representarem. Ele as compunha em latim, espanhol, português e em Tupi (a mais usada das línguas indígenas). Como os seus dramas foram os primeiros escritos no Brasil, José é conhecido como o "Pai da Literatura Nacional Brasileira". 
Foi indicado Provincial Jesuíta em 1577. Em carta para seus colegas missionários ele os advertia que o desejo de converter apenas, não era suficiente "E necessário vir com uma sacola cheia de virtudes". 
Ele faleceu em 9 de junho de 1597 em Iriritiba ou Riritiba (hoje Anchieta) no Estado do Espírito Santo, Brasil. 
Foi beatificado em 22 de junho de 1980 pelo beato Papa João Paulo II. 
Sua festa é celebrada no dia 9 de junho 

FONTE: Adaptado de: “Cadê meu Santo".

LEIA A MENSAGEM DO SANTO PADRE PARA A JMJ-Rio 2013

MENSAGEM DO PAPA BENTO XVI 
PARA A 28ª JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE 
NO RIO DE JANEIRO, EM JULHO DE 2013

«Ide e fazei discípulos entre as nações!» (cf. Mt 28,19)

Queridos jovens,
Desejo fazer chegar a todos vós minha saudação cheia de alegria e afeto. Tenho a certeza que muitos de vós regressastes a casa da Jornada Mundial da Juventude em Madri mais «enraizados e edificados em Cristo, firmes na fé» (cf. Col 2,7). Este ano, inspirados pelo tema: «Alegrai-vos sempre no Senhor» (Fil 4,4) celebramos a alegria de ser cristãos nas várias Dioceses. E agora estamo-nos preparando para a próxima Jornada Mundial, que será celebrada no Rio de Janeiro, Brasil, em julho de 2013.
Desejo, em primeiro lugar, renovar a vós o convite para participardes nesse importante evento. A conhecida estátua do Cristo Redentor, que se eleva sobre àquela bela cidade brasileira, será o símbolo eloquente deste convite: seus braços abertos são o sinal da acolhida que o Senhor reservará a todos quantos vierem até Ele, e o seu coração retrata o imenso amor que Ele tem por cada um e cada uma de vós. Deixai-vos atrair por Ele! Vivei essa experiência de encontro com Cristo, junto com tantos outros jovens que se reunirão no Rio para o próximo encontro mundial! Deixai-vos amar por Ele e sereis as testemunhas de que o mundo precisa.
Convido a vos preparardes para a Jornada Mundial do Rio de Janeiro, meditando desde já sobre o tema do encontro: «Ide e fazei discípulos entre as nações» (cf. Mt 28,19). Trata-se da grande exortação missionária que Cristo deixou para toda a Igreja e que permanece atual ainda hoje, dois mil anos depois. Agora este mandato deve ressoar fortemente em vosso coração. O ano de preparação para o encontro do Rio coincide com o Ano da fé, no início do qual o Sínodo dos Bispos dedicou os seus trabalhos à «nova evangelização para a transmissão da fé cristã». Por isso me alegro que também vós, queridos jovens, sejais envolvidos neste impulso missionário de toda a Igreja: fazer conhecer Cristo é o dom mais precioso que podeis fazer aos outros.

1. Uma chamada urgente
A história mostra-nos muitos jovens que, através do dom generoso de si mesmos, contribuíram grandemente para o Reino de Deus e para o desenvolvimento deste mundo, anunciando o Evangelho. Com grande entusiasmo, levaram a Boa Nova do Amor de Deus manifestado em Cristo, com meios e possibilidades muito inferiores àqueles de que dispomos hoje em dia. Penso, por exemplo, no Beato José de Anchieta, jovem jesuíta espanhol do século XVI, que partiu em missão para o Brasil quando tinha menos de vinte anos e se tornou um grande apóstolo do Novo Mundo. Mas penso também em tantos de vós que se dedicam generosamente à missão da Igreja: disto mesmo tive um testemunho surpreendente na Jornada Mundial de Madri, em particular na reunião com os voluntários.
Hoje, não poucos jovens duvidam profundamente que a vida seja um bem, e não veem com clareza o próprio caminho. De um modo geral, diante das dificuldades do mundo contemporâneo, muitos se perguntam: E eu, que posso fazer? A luz da fé ilumina esta escuridão, nos fazendo compreender que toda existência tem um valor inestimável, porque é fruto do amor de Deus. Ele ama mesmo quem se distanciou ou esqueceu d’Ele: tem paciência e espera; mais que isso, deu o seu Filho, morto e ressuscitado, para nos libertar radicalmente do mal. E Cristo enviou os seus discípulos para levar a todos os povos este alegre anúncio de salvação e de vida nova.
A Igreja, para continuar esta missão de evangelização, conta também convosco. Queridos jovens, vós sois os primeiros missionários no meio dos jovens da vossa idade! No final do Concílio Ecumênico Vaticano II, cujo cinquentenário celebramos neste ano, o Servo de Deus Paulo VI entregou aos jovens e às jovens do mundo inteiro uma Mensagem que começava com estas palavras: «É a vós, rapazes e moças de todo o mundo, que o Concílio quer dirigir a sua última mensagem, pois sereis vós a recolher o facho das mãos dos vossos antepassados e a viver no mundo no momento das mais gigantescas transformações da sua história, sois vós quem, recolhendo o melhor do exemplo e do ensinamento dos vossos pais e mestres, ides constituir a sociedade de amanhã: salvar-vos-eis ou perecereis com ela». E concluía com um apelo: «Construí com entusiasmo um mundo melhor que o dos vossos antepassados!» (Mensagem aos jovens, 8 de dezembro de 1965).
Queridos amigos, este convite é extremamente atual. Estamos passando por um período histórico muito particular: o progresso técnico nos deu oportunidades inéditas de interação entre os homens e entre os povos, mas a globalização destas relações só será positiva e fará crescer o mundo em humanidade se estiver fundada não sobre o materialismo mas sobre o amor, a única realidade capaz de encher o coração de cada um e unir as pessoas. Deus é amor. O homem que esquece Deus fica sem esperança e se torna incapaz de amar seu semelhante. Por isso é urgente testemunhar a presença de Deus para que todos possam experimentá-la: está em jogo a salvação da humanidade, a salvação de cada um de nós. Qualquer pessoa que entenda essa necessidade, não poderá deixar de exclamar com São Paulo: «Ai de mim se eu não anunciar o Evangelho» (1 Cor 9,16).

2. Tornai-vos discípulos de Cristo
Esta chamada missionária vos é dirigida também por outro motivo: é necessário para o nosso caminho de fé pessoal. O Beato João Paulo II escrevia: «É dando a fé que ela se fortalece» (Encíclica Redemptoris missio, 2). Ao anunciar o Evangelho, vós mesmos cresceis em um enraizamento cada vez mais profundo em Cristo, vos tornais cristãos maduros. O compromisso missionário é uma dimensão essencial da fé: não se crê verdadeiramente, se não se evangeliza. E o anúncio do Evangelho não pode ser senão consequência da alegria de ter encontrado Cristo e ter descoberto n’Ele a rocha sobre a qual construir a própria existência. Comprometendo-vos no serviço aos demais e no anúncio do Evangelho, a vossa vida, muitas vezes fragmentada entre tantas atividades diversas, encontrará no Senhor a sua unidade; construir-vos-eis também a vós mesmos; crescereis e amadurecereis em humanidade.
Mas, que significa ser missionário? Significa acima de tudo ser discípulo de Cristo e ouvir sem cessar o convite a segui-Lo, o convite a fixar o olhar n’Ele: «Aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração» (Mt 11,29). O discípulo, de fato, é uma pessoa que se põe à escuta da Palavra de Jesus (cf. Lc 10,39), a quem reconhece como o Mestre que nos amou até o dom de sua vida. Trata-se, portanto, de cada um de vós deixar-se plasmar diariamente pela Palavra de Deus: ela vos transformará em amigos do Senhor Jesus, capazes de fazer outros jovens entrar nesta mesma amizade com Ele.
Aconselho-vos a guardar na memória os dons recebidos de Deus, para poder transmiti-los ao vosso redor. Aprendei a reler a vossa história pessoal, tomai consciência também do maravilhoso legado recebido das gerações que vos precederam: tantos cristãos nos transmitiram a fé com coragem, enfrentando obstáculos e incompreensões. Não o esqueçamos jamais! Fazemos parte de uma longa cadeia de homens e mulheres que nos transmitiram a verdade da fé e contam conosco para que outros a recebam. Ser missionário pressupõe o conhecimento deste patrimônio recebido que é a fé da Igreja: é necessário conhecer aquilo em que se crê, para podê-lo anunciar. Como escrevi na introdução do YouCat, o Catecismo para jovens que vos entreguei no Encontro Mundial de Madri, «tendes de conhecer a vossa fé como um especialista em informática domina o sistema operacional de um computador. Tendes de compreendê-la como um bom músico entende uma partitura. Sim, tendes de estar enraizados na fé ainda mais profundamente que a geração dos vossos pais, para enfrentar os desafios e as tentações deste tempo com força e determinação» (Prefácio).

sábado, 3 de novembro de 2012

Igreja Missionária, por Dom Alfredo Scháffler

Texto de autoria do nosso bispo diocesano, Dom Alfredo Scháffler exibido em forma de vídeo na tevê no Canal 2 - TV Delta em 19 de outubro passado. Mensagem só agora disponível na internet e que compartilhamos abaixo.

Igreja Missionária

Desde os tempos iniciais a Igreja compreendeu o mandamento que Jesus confiou aos apóstolos de partir para os demais cantos do mundo para anunciar a Boa Nova. Foi o último desejo de Jesus, antes que foi elevado ao Pai, que partissem ao mundo para anunciar a todas as nações. Foi assim que os apóstolos e discípulos fizeram.
Temos notícias da Igreja primitiva que partiram para o mundo conhecido daquele tempo e anunciaram que temos um Deus que nos ama infinitamente. Todos foram martirizados e ofereceram a vida. E este mandamento missionário continua até os dias de hoje.
Nós só somos a Igreja de Jesus Cristo, se fomos uma Igreja missionária.Isso significa que cada um que fomos batizados temos esta tarefa missionária para cumprir. Isso não significa que temos deixar agora a nossa casa e nossa família. Mas na família e na casa da gente e no lugar onde trabalhamos podemos exercer este mandamento missionário.
De um lado podemos ser missionários com testemunho da nossa vida, com a [hierarquia] dos valores que adotamos. Aí expressamos que estamos colocando no centro da nossa vida os valores que resultam da Palavra de Deus. A verdade e a honestidade, a justiça e o respeito diante do próximo. A nossa vida deve ser um anúncio constante da Boa Nova.
Todos nós temos pessoas para os quais estamos elevando a vista, para os quais estamos olhando. Pessoas que nos inspiram algo que nos motiva e anima.
Como foi bonito nesta semana que passou quando estávamos celebrando o “Dia da Criança”: os alunos do Colégio Diocesano visitaram o Centro Social São Francisco, brincaram com as crianças e expressaram através de mais diversos gestos a solidariedade! Isso sem dúvida nenhuma foi um gesto missionário!
Quantas pessoas da nossa cidade não sabem que temos pessoas que vivem daquilo que nós jogamos foram, que jogamos no lixo. Quantas famílias vivem do [lixão] da nossa cidade.
Mas temos uma outra forma de ser missionário: partir para falar explicitamente de Jesus Cristo, novamente nas famílias e na nossa sociedade.
Como foi edificante a ação missionária nas nossas paróquias quando as pessoas se colocaram a disposição das semanas missionárias.
Mas temos também hoje, homens e mulheres, famílias e solteiros, padres e religiosos e religiosas que partem para outras terras como missionários. Aqui em Parnaíba temos a Comunidade Missionária Shalom – são jovens que deixaram as famílias para se colocar a serviço da Igreja unicamente com o intuito de anunciar a Palavra de Deus nas mais diversas maneiras formas da linguagem moderna.
Assim devemos acompanhar os nossos missionários que dedicam a vida de uma forma abnegada ao anúncio da Boa Nova com a nossa oração.
No mês de outubro, no próximo domingo [21/10/2012], em todas as nossas Igrejas temos uma coleta nas missas para também apoiar financeiramente estes missionários “além-fronteiras” na sua manutenção que eles necessitam. Hoje temos missionários brasileiros em outros países para evangelizar. Temos uma religiosa daqui de Parnaíba que está em Moçambique na África numa situação nem sempre fácil. Mas movido pelo amor a Deus, estão entregando o que tem de mais precioso, a suas vidas a causa da missão.
E nós, que estamos fazendo?
Firme na Fe e fiquem com Deus.

Dom Alfredo Schaffler
Bispo diocesano de Parnaíba-PI. 
Presidente da CNBB - Regional Nordeste IV (2011-2015), referencial do Setor Familiar.

Fonte: CNBB - NE IV

2 de novembro: muitos irmãos rezam pelos seus entes queridos

"O Sacrifício Eucarístico é também oferecido pelos fiéis defuntos, 'que morreram em Cristo e não estão ainda de todo purificados', para que possam entrar na luz e na paz de Cristo" (§ 1371 do Catecismo da Igreja Católica).

Na noite de ontem muitos fiéis vieram a capela da comunidade para participar da Santa Missa em sufrágio do espírito dos fiéis defuntos. Foi uma noite de muita saudade, mas sobretudo de esperança! Esperança na vida eterna e na bem-aventurança final, pois "[Deus] fará desaparecer a morte para sempre. O Senhor Deus enxugará as lágrimas de todas as faces e tirará de toda a terra o opróbrio que pesa sobre o seu povo [..]". (Is 25, 8) - disse a Palavra de Deus na celebração.
Na homilia Pe. Vicente Gregório, destacou a frase de São João da Cruz sobre o Evangelho do dia (Mt 25, 31-46): "No entardecer de nossas vidas, seremos julgados pelo amor". Quando mais sermos caridosos com os outros, e amamos-nos uns aos outros, iremos garantir nossa estadia junto de Deus no Céu.
Dona Édina, Ivanice e Lucas Felipe foram os responsáveis pelas leituras e animação litúrgica da celebração! Os coroinhas Vítor, Kauanne, Lays e Vitória serviram junto ao altar e o ministro H. Saulo ajudou o pároco na distribuição da Eucaristia.
Nas orações rezou-se também pelo espírito do Sr. Guido, fiel da Paróquia de N. Sra. de Fátima, paróquia que pertencíamos, falecido na manhã de ontem, a fim de que seus serviços na Igreja - durante sua vida assumiu inúmeras funções e ultimante estava se preparando para ser Diácono Permanente - sirva para que o Senhor lhe conceda a bem-aventurança eterna! Nossos pêsames à família enlutada!

AVISOS IMPORTANTES:
  • Amanhã, 3 de novembro, aqui no Brasil, celebraremos a "Solenidade de Todos os Santos e Santas de Deus"! Participe da Celebração da Palavra às 19h em nossa capela!
  • No domingo seguinte, 11, haverá santa missa, às 17h30! E após a celebração acontecerá um bingo solidário com 4 prêmios para ajudar um jovem em sua operação na capital! Contamos com sua caridade! Procure já a Sra. Rosa e compre sua cartela por apenas R$ 2,00.

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

As intenções de orações do Papa para novembro

Mensalmente o Santo Padre indica ao “Apostolado da Oração” as intenções que ele tem em suas orações e convida todos os católicos a unirem suas orações às dele. 
Para o mês de novembro as intenções de orações do Santo Padre são: rezar “pelo clero e pela vocação e missão da Igreja”
Como intenção geral para este mês, o Papa pede orações “para que os bispos, os sacerdotes e todos os ministros do Evangelho dêem um testemunho corajoso de fidelidade ao Senhor crucificado e ressuscitado". O Pontífice tem também, cada mês, uma intenção missionária. As intenções missionárias para o mês de novembro são “para que a Igreja peregrina sobre a terra resplandeça como luz das nações”. 

O que é o purgatório?

No dia em que rezamos por todos os falecidos é importante sabermos um pouco mais sobre a doutrina do Purgatório... Eis um texto bastante esclarecedor:

Purgatório 

O ensinamento da Igreja sobre o “purgatório” é parte constituinte do “Depositum Fidei” (Depósito da Fé). Há muitos desinformados e outros, mal intencionados, que alardeiam que tal artigo doutrinal teria sido elaborado tardiamente na Igreja Católica. 
Convém antes de tudo compreender o significado do termo “purgatório”, para depois encontrar nas Escrituras e na Tradição textos que fazem referências a essa realidade escatológica. Essa palavra de origem latina trás em si a idéia de um ambiente, no qual é possível alcançar uma purificação, de tornar algo puro, de limpar algo. Uma vez entendendo que o “purgatório” está relacionado com uma purificação póstuma (depois da morte), aí sim, ir ao encontro das referências bíblicas sobre esse evento. Pois na elaboração dos textos bíblicos não foi utilizada a palavra latina “purgatorium” (purgatório), primeiramente pelo fato de os idiomas desses textos terem sido o hebraico, aramaico e o grego. Desta maneira, quando os autores sagrados quiseram fazer referência a “purificação póstuma”, utilizaram outros termos para expressar esse mesmo conceito. E em segundo lugar, a palavra “purgatorium” foi utilizada na língua latina somente a partir do fim do século IV, com o gramático e filósofo Macróbio. 
Referências a essa purgação “post-mortem” encontramos em todas as culturas, o que seria já uma evidência das “Sementes do Verbo”, as quais segundo os santos padres (os sistematizadores do pensamento teológico cristão) seriam elementos inspirados pelo Espírito Santo a todos os povos, para predispô-los a acolher o Evangelho. Nessa pedagogia divina, a Revelação ao povo de Israel encontra um lugar de destaque, assim, encontramos tanto no cânon do Antigo Testamento (II Mac 12, 38-46) como na liturgia hebraica (oração de “kadish”) referências ao sufrágio pelos falecidos. 
Sendo o Cristianismo, herdeiro e cumprimento da “antiga Aliança” (cf. Mt 5,17), os aspectos escatológicos (as verdades últimas) de outrora passam a ser mais bem compreendidos e iluminados pela luz da auto-revelação de Jesus Cristo. Desde modo, já em suas pregações e parábolas encontramos o conceito de uma purificação após esta vida, mas sem utilizar a palavra “purgatório” (cf. Mt 5,25-26;18, 23-35). 
Nas Cartas de São Paulo Apóstolo, encontramos referências sobre tal “purificação”, para a qual ele usa a alegoria do fogo, pois desde tempos imemoriais o fogo era e é utilizado para limpar e desinfetar locais e objetos (cf. I Cor. 3, 10-15). Tal purificação encontra nos Evangelhos a sua fundamentação, pois o próprio Jesus disse que, “bem-aventurados os corações puros, porque eles verão a Deus” (Mt. 5,8) e ainda compara os puros de coração, ou os que tiveram seus corações purificados por uma vida de “conversão” (teshuvá – retorno a Deus; metanóia – mudança de mentalidade) à simplicidade das crianças (cf. Mc 10, 13-16). Essa providencial purgação tem como objetivo de aperfeiçoar os filhos de Deus, torná-los perfeitos pela superação de suas debilidades existenciais, para então poderem tomar parte plenamente das Bodas eternas (cf. Mt. 22, 8-14; Lc 14, 15-24). 
Nas catacumbas romanas de Priscila e Áquila, há uma série de pedidos dos primeiros cristãos por sufrágios pelos falecidos, os quais puderam ser datados como sendo do século II dC. Também as pesquisas arqueológicas corroboram com esse ensinamento da Igreja, como pode-se perceber com o famoso “Epitáfio de Abércio”, bispo do século II dC, o qual mandara escrever em sua lápide um pedido, para que o seu rebanho se recordasse de rezar pelo descanso de sua alma. Esses são apenas alguns testemunhos. 

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo: Início da Campanha Pela Evangelização no Brasil

Esta campanha inicia no domingo de Cristo Rei e segue até o 3° domingo do Advento (este ano em 25/11 a 16/12/2012) , associando a Encarnação do Verbo e o nascimento de Jesus com a missão permanente da Igreja que é evangelizar.

 Clique em cada uma das 4 imagens para ampliar!

Assim nos mostra que todos devem contribuir no sentido de que a Encarnação do Verbo deve fazer com que os valores que Jesus pregou no Evangelho se encarnem na vida das pessoas, mudem o seu modo de pensar e de viver e concretizem o Reino de Deus no meio dos homens (cf. EN 19). Com a Campanha para a Evangelização todos os fiéis são chamados a adquirir uma consciência cada vez maior da sua participação na obra evangelizadora da Igreja como exigência da graça batismal e viabilizar esta participação, seja nas atividades da obra evangelizadora da sua comunidade eclesial, seja pela oração, seja pela sua oferta material que garante os recursos necessários para que a Igreja no Brasil possa realizar projetos evangelizadores.

Despertando o Compromisso com a Evangelização e a Sustentação das Pastorais
A Campanha para a Evangelização foi criada pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil em 1998, sendo que a coleta nacional para a evangelização acontece no 3° domingo do Advento. O valor angariado pela coleta nacional para a evangelização constitui o Fundo para a Evangelização que é administrado pela Comissão para Assuntos Financeiros da CNBB e é destinado a apoiar as estruturas da Igreja e a atividade evangelizadora a nível diocesano, regional e nacional.
O objetivo da campanha é despertar os leigos para o compromisso evangelizador e para a responsabilidade pela sustentação das atividades pastorais da Igreja no Brasil. A colaboração dos fiéis precisa repercutir em toda a Igreja, e é por isso que o resultado do gesto concreto de cada um será partilhado, solidariamente, entre os organismos nacionais da CNBB, os seus 17 regionais e as dioceses, visando à execução das atividades evangelizadoras, programadas nas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora. Em um futuro próximo, pretende-se que esta campanha seja um instrumento de uma globalização solidária, com a Igreja no Brasil partilhando seus recursos com outras Igrejas mais necessitadas.
A Campanha para a Evangelização (CE) não se resume à coleta de recursos. A Evangelização precisa contar com a generosidade de muitos que, como as mulheres do Evangelho, ajudem com os bens que possuem e ofereçam a força do apoio fraterno que anima e renova. Trata-se de mobilizar a Solidariedade na Evangelização:
  • Significa, primeiramente, dispor-se a ser evangelizado. Quem está em verdadeiro processo de Evangelização se torna evangelizador. A experiência do encontro vital com o Senhor modifica a vida da pessoa e impulsiona a anunciar a outros a feliz descoberta;
  • Ser solidário na Evangelização é perceber as necessidades da própria comunidade e fazer algo por ela: dispor-se para um serviço concreto: animação litúrgica, catequese, promoção dos pobres, como também oferecer sua colaboração financeira – o dízimo – para a manutenção da infra-estrutura da própria comunidade;
  • Ser solidário na Evangelização é cultivar a inquietação missionária de Jesus que não se deixou reter em Cafarnaum, dizendo que devia anunciar a boa nova do Reino para outras cidades, pois para isto fora enviado. Ou ter o impulso de Maria, que foi apressadamente à casa de sua prima Isabel para servi-la, mas também, com toda certeza, para partilhar a alegre notícia do iminente nascimento do Messias esperado. Ser solidário na Evangelização é “ser universal”, ou seja, ser “uma pessoa que tem responsabilidade não só sobre si, mas sobre o mundo inteiro, pelas suas opções, suas atitudes, sua consciência e seus compromissos. Numa época de globalização como a nossa, não é mais possível pensarmos em termos paroquiais, regionais ou nacionais: são âmbitos pequenos demais. Se houver salvação, será uma salvação para a humanidade toda. Se houver paz, justiça, fraternidade, vida plena para todos, será em termos planetários, ou não será!”
Ao despertar a co-responsabilidade de todos na obra evangelizadora, a Igreja também conscientiza os cristãos sobre a necessidade e a responsabilidade na sustentação das atividades pastorais, conforme alguns de seus objetivos específicos:
  • Ajudar a superar a mentalidade individualista e a visão subjetiva da religião por uma atitude solidária, voltada para o bem comum;
  • Propor a vivência de uma fé, testemunhada em atitudes coerentes de conversão pessoal e de transformação social segundo as exigências evangélicas;
  • Garantir que a Igreja tenha recursos para o trabalho da Evangelização seja nas regiões pobres, como a Amazônia e a periferia das grandes cidades, ou nas ações das pastorais e articulação das Comunidades Eclesiais de Base, e ajudar na manutenção da própria CNBB.
Promovendo a Solidariedade Nacional entre Comunidades Cristãs
A Campanha para a Evangelização significa a abertura de um caminho para canalizar a solidariedade de todos os católicos no sustento da missão da Igreja em nosso país. Com isso, segue o exemplo das primeiras comunidades, às quais Paulo recomendava que os que têm se enriqueçam de boas obras, dêem com prodigalidade, repartam com os demais (cf. 2Cor 8 e 9).
Não será possível, por exemplo, todos saírem de sua comunidade e ir para a Amazônia, para a periferia das grandes cidades, para regiões de missão em outros países, mas todos podem colaborar de outras formas na Evangelização. Uma delas é a oferta na coleta da Evangelização no terceiro domingo do Advento. Como em toda oferta, não importa o tamanho da doação, mas a generosidade do coração. Por menor que seja, à semelhança do óbolo da viúva, testemunhará empenho com a obra da Evangelização e a capacidade da partilha solidária. A coleta será, assim, a colheita dos frutos amadurecidos no Advento para serem colocados em comum e a serviço da Evangelização.
Na Campanha para a Evangelização, a solidariedade se realiza no apoio coletivo aos trabalhos que mantêm viva e renovada a comunidade eclesial, tanto a local como a diocesana e a nacional. Cuida-se para que as comunidades cristãs sejam testemunhos vivos de Jesus e de seu Evangelho, de tal maneira que todos possam dizer: vejam como se amam! E possam acrescentar: vejam como amam o seu próximo!
E, aproximando-se delas, possam descobrir como é bom viver segundo o projeto de Deus Amor para e com toda a humanidade! Com esse espírito de solidariedade e testemunho, os recursos arrecadados por essa campanha são repartidos, seguindo critérios específicos, priorizando sempre as regiões mais carentes e as necessidades mais prementes nos diversos campos da evangelização.

Destinação das Coletas
  • Dioceses: 50% do total arrecadado;
  • Regionais da CNBB: 20% do total arrecadado;
  • CNBB Nacional: 35% do total arrecadado.
Não se deve esquecer que a Campanha para a Evangelização com a sua coleta de recursos é também um compromisso da Igreja Católica no Brasil com a sua auto-sustentação. Até hoje, muitas pastorais, paróquias e dioceses dependem de recursos da Cooperação Internacional (contribuições de cristãos de outros países do mundo) para manutenção de suas atividades e estrutura. Espera-se que a coleta de recursos nacionais possa cada vez mais levar as comunidades a assumirem, com seus próprios recursos ou de outras comunidades irmãs, as suas atividades pastorais.

Organizando a Campanha para a Evangelização
Da mesma forma que as campanhas da Fraternidade e Missionária, a Campanha para a Evangelização precisa de organização, empenho e criatividade. Anualmente a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil prepara e envia a todas as dioceses e paróquias vários subsídios para animação da Campanha para a Evangelização, em sua maioria articuladas com as mensagens do Advento, sobretudo nas atividades do Natal em Família. Além disso, são preparados panfletos com mensagens específicas; folhetos informativos para as missas dominicais e envelope para a coleta realizada no terceiro domingo do Advento.
As Equipes de Campanha (locais e diocesanas) poderão assumir também a organização e animação da Campanha Anual para a Evangelização. Para isso, deverá mobilizar as paróquias, as pastorais e serviços da Igreja para planejar e desenvolver as atividades de Campanha, tais como as sugeridas na terceira parte deste manual.

FUNDAMENTOS BÍBLICO-TEOLÓGICOS DAS CAMPANHAS DE EVANGELIZAÇÃO E MOBILIZAÇÃO DA SOLIDARIEDADE

A questão do sustento do culto, das atividades religiosas e da responsabilidade social, assim como da responsabilidade comunitária na satisfação destas necessidades sempre estiveram presentes na história do povo de Israel e da Igreja.
Nas Sagradas Escrituras, no Antigo Testamento, encontramos diversos textos que recordam a necessidade de arrecadação de fundos e de solidariedade responsável:

OFERTAS
Geralmente doações com alguma finalidade específica, como a construção do santuário (cf. Ex 38, 24), como sacrifício (cf. Lv 1, 1-3), como primícias (cf. Lv 2, 1), como oblação (cf. Lv 2, 5), como expiação de algum pecado cometido (cf. Lv 4, 27-28), cumprimento de um voto (cf. Lv 6, 16), sacrifício de comunhão (cf. Lv 7, 28-32), ação de graças (cf. Lv 22, 29), como oferenda voluntária (Lv 23,28) e que poderão servir de alimento aos sacerdotes (cf. Lv 24, 9).

DÍZIMO
Uma espécie de imposto sagrado sobre tudo o que era produzido e que pertence ao Senhor como coisa sagrada (cf. Lv 27, 30; Dt 14,22); garantia o salário dos Levitas (cf. Nm 18, 20-21; Nm 35, 1-8) e a satisfação das suas necessidades (cf. Dt 14, 28-29. 26,12); sendo sagrado, não podia servir para nada que fosse profano (cf. Dt 26, 14; Nm 18, 25; Ag 2,13; Os 8,13).

As ofertas, na sua maioria, representam uma contribuição voluntária e sem uma freqüência determinada, enquanto o dízimo representa uma obrigação e tinha uma periodicidade bem definida. Sendo assim, o sustento do culto, da instituição e das suas obras em geral é garantido pelo dízimo, enquanto que necessidades específicas podem ser supridas através de ofertas vindas também de contribuições para coletas em vista de finalidades bem determinadas.

Missa pelos finados. Participe!

Participe em um dos horários e locais abaixo das celebrações eucarísticas em sufrágio das almas dos fiéis defuntos em nossa paróquia de Frei Galvão! 
Eis a programação:
  • 7h - no Cemitério do Bairro São Vicente de Paulo;
  • 8h - na Capela de N. Sra. do Livramento, no bairro Igaraçu;
  • 9h -  na Capela de N. Sra. do Perpétuo Socorro, no Residencial Cândido Athayde;
  • 17h30 -  na Capela de N. Sra. Aparecida, no Conj Broder Ville;
  • 19h - na Igreja-Matriz de S. Antônio de Santana Galvão, no Conj. Joaz Souza.

Mais informações? Acesse o blog da Paróquia de Frei Galvão, AQUI.