sábado, 29 de dezembro de 2012

Convite: Missa na Festa da Sagrada Família

Amanhã, domingo, 30 de dezembro, dentro da Oitava do Natal, celebramos a Festa da Sagrada Família de Nazaré: Jesus, Maria e José! 
Participe conosco da Santa Missa, às 19h!

Da alocução de Paulo VI, Papa, em Nazaré, 5 de janeiro de 1964: 

O exemplo de Nazaré: 
Nazaré é a escola em que se começa a compreender a vida de Jesus, é a escola em que se inicia o conhecimento do Evangelho. Aqui se aprende a observar, a escutar, a meditar e a penetrar o significado tão profundo e misterioso desta manifestação do Filho de Deus, tão simples, tão humilde e tão bela. Talvez se aprenda também, quase sem dar por isso, a imitá-la. 
Aqui se aprende o método e o caminho que nos permitirá compreender facilmente quem é Cristo. Aqui se descobre a importância do ambiente que rodeou a sua vida, durante a sua permanência no meio de nós: os lugares, os tempos, os costumes, a linguagem, as práticas religiosas, tudo o que serviu a Jesus para Se revelar ao mundo. Aqui tudo fala, tudo tem sentido. Aqui, nesta escola, se compreende a necessidade de ter uma disciplina espiritual, se queremos seguir os ensinamentos do Evangelho e ser discípulos de Cristo. Quanto desejaríamos voltar a ser crianças e acudir a esta humilde e sublime escola de Nazaré! Quanto desejaríamos começar de novo, junto de Maria, a adquirir a verdadeira ciência da vida e a superior sabedoria das verdades divinas! 
Mas estamos aqui apenas de passagem e temos de renunciar ao desejo de continuar nesta casa o estudo, nunca terminado, do conhecimento do Evangelho. No entanto, não partiremos deste lugar sem termos recolhido, quase furtivamente, algumas breves lições de Nazaré. 
Em primeiro lugar, uma lição de silêncio. Oh se renascesse em nós o amor do silêncio, esse admirável e indispensável hábito do espírito, tão necessário para nós, que nos vemos assaltados por tanto ruído, tanto estrépito e tantos clamores, na agitada e tumultuosa vida do nosso tempo. Silêncio de Nazaré, ensina-nos o recolhimento, a interioridade, a disposição para escutar as boas inspirações e as palavras dos verdadeiros mestres. Ensina-nos a necessidade e o valor de uma conveniente formação, do estudo, da meditação, da vida pessoal e interior, da oração que só Deus vê. 
Uma lição de vida familiar. Que Nazaré nos ensine o que é a família, a sua comunhão de amor, a sua austera e simples beleza, o seu caráter sagrado e inviolável; aprendamos de Nazaré como é preciosa e insubstituível a educação familiar e como é fundamental e incomparável a sua função no plano social. 
Uma lição de trabalho. Nazaré, a casa do Filho do carpinteiro! Aqui desejaríamos compreender e celebrar a lei, severa mas redentora, do trabalho humano; restabelecer a consciência da sua dignidade, de modo que todos a sentissem; recordar aqui, sob este teto, que o trabalho não pode ser um fim em si mesmo, mas que a sua liberdade e dignidade se fundamentam não só em motivos econômicos, mas também naquelas realidades que o orientam para um fim mais nobre. Daqui, finalmente, queremos saudar os trabalhadores de todo o mundo e mostrar-lhes o seu grande Modelo, o seu Irmão divino, o Profeta de todas as causas justas que lhes dizem respeito, Cristo Nosso Senhor. 

João Paulo II, na Carta dirigida à família, por ocasião do Ano Internacional da Família, 1994, escreve: 

A Sagrada Família é a primeira de tantas outras famílias santas. O Concílio recordou que a santidade é a vocação universal dos batizados (LG 40). Como no passado, também na nossa época não faltam testemunhas do "evangelho da família", mesmo que não sejam conhecidas nem proclamadas santas pela Igreja... 
A Sagrada Família, imagem modelo de toda a família humana, ajude cada um a caminhar no espírito de Nazaré; ajude cada núcleo familiar a aprofundar a própria missão civil e eclesial, mediante a escuta da Palavra de Deus, a oração e a partilha fraterna da vida! Maria, Mãe do amor formoso, e José, Guarda e Redentor, nos acompanhem a todos com a sua incessante proteção. 

Sagrada Família de Nazaré, rogai por nós! 

FONTE: Canção Nova.

domingo, 23 de dezembro de 2012

A festa cristã

Neste final de semana concluímos o tempo do Advento e iniciamos o do Natal, quando estaremos celebrando, já na noite de segunda-feira próxima, a vigília da Solenidade do Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo! 
No momento atual, é importante colocarmos o adjetivo “cristã” na festa que ora celebramos, pois nem sempre esse aspecto fica claro para as pessoas. A imagem midiática que a maioria tem do Natal é que a data é uma ótima oportunidade de compras e vendas, de dar e receber presentes, de comidas, bebidas em abundância, de visitas de confraternizações. Para muitos, o verdadeiro sentido do Natal passa despercebido. 
Não há dúvida de que alguns desses aspectos podem até mesmo entusiasmar as pessoas, em especial as crianças, e fazem parte do imaginário que trazemos desde a infância. Passam-se os anos e a força econômica continua a investir nessa direção. 
Porém, é muito importante retomar o mistério central do Natal e central neste momento de Natal, que, de certa forma, também trazemos impresso em nossa memória: o Mistério da Encarnação celebrado nas solenidades litúrgicas que marcam essa data. 
Quantas vezes escutamos que as pessoas não puderam participar da celebração por causa das visitas dos parentes e amigos que chegaram, porque estavam preocupadas em arrumar a casa, receber as pessoas, fazer ou comprar a comida ou mesmo enfeitando a residência? 
A imagem da família indo à Igreja para participar da Missa da Noite de Natal, ou mesmo no Dia de Natal, precisa ser ainda mais incrementada como um sinal da festa que foi bem preparada: a atualização da presença do Verbo de Deus na história da humanidade. É essa experiência que permanece. O restante passa. 
A alegação do medo da violência para o deslocamento noturno é apenas uma parte da desculpa, pois para outros eventos e circunstâncias as pessoas participam durante a noite e até nas madrugadas. Embora, infelizmente, essa razão tenha algum fundo verdadeiro, mas que não exclui ainda a nossa liberdade de locomoção. Isso nos leva a trabalhar mais para que a celebração do Mistério da Encarnação modifique também esse aspecto, tornando as nossas cidades mais seguras. 
A celebração do Natal é a celebração do acontecimento único e exclusivo em nossa história: o Verbo eterno “se encarnou”, veio morar no meio de nós! Quando chegou o momento certo, Deus enviou o seu Filho nascido da Virgem Maria para ser o nosso Salvador, como havia prometido. Com o nascimento de Jesus Cristo se concretiza a nossa Redenção. Esse acontecimento é o centro da história humana. De fato, como um sinal muito claro dessa centralidade, convencionou-se que os anos sejam contados em “antes” e “depois” de Cristo. 

sábado, 22 de dezembro de 2012

Catequese de Crisma realiza confraternização

Na noite de hoje, grande parte dos Crismandos (Turma 2012-2013) marcaram presença na Confraternização Natalina organizada pelos catequistas Hermerson Saulo e Rosa Maria e também por alguns crismandos, que trouxeram alimentos para a festinha.
A celebração foi marcada por um momento de recordação das atividades desenvolvidas ao longo do I Ano de Catequese Crismal, leitura e reflexão sobre a Palavra de Deus (Miqueias 5, 1-4a); assistiu-se vídeos com músicas e fotos tiradas no ano. 
Fez-se sorteio de livros religiosos e finalizou-se o momento com a socialização e distribuição de lembrancinhas.

Nossos agradecimentos aos crismandos pela participação! Rezamos para que continuem firmes no próximo ano de estudo sobre nossa fé católica!
Feliz Natal aos 25 crismandos e suas famílias! Feliz 2013! 

Imagens da celebrações do "Natal em Família"-2012 na Comunidade

Abaixo, imagens das celebrações do Natal em Família nas residências da comunidade. Neste ano refletindo documento conciliar "Dei Verbum" sobre a Revelação Divina, em sintonia com o "Ano da Fé".

CLIQUE NAS MONTAGENS PARA AMPLIAR!
Hoje, logo mais às 19h, acontece o último encontro de "Natal em Família". A imagem da Sagrada Família de Nazaré sairá da casa de Dona Carlota e vai em direção à residência de dona Nonata, na Rua C (Rua José Maria Borges dos Santos) do Conj. Broder Ville. 
Participe de mais este momento de Fé!!
FELIZ E SANTO NATAL!

domingo, 16 de dezembro de 2012

Começa a Novena de "Natal em Família" na comunidade

Na última sexta-feira, 14, começaram as celebrações em preparação para o Santo Natal. Nesse, ano a novena de "Natal em Família" está acontecendo com a peregrinação da imagem da Sagrada Família de Nazaré. A 1ª novena foi na casa de Dona Do Carmo ("Maninha"), zeladora do Apostolado da Oração. 
O "Natal em Família" desse ano está sintonia com o "Ano da Fé" (2012-2013) proclamado pelo papa Bento XVI para comemorarmos o 50º aniversário de Abertura do Concílio Vaticano II (1962-1965).  Ao longo das celebrações se estudará a Constituição Dogmática DEI VERBUM, "Sobre a Revelação Divina", promulgada no dia 18/11/1965, final do último Concílio.
Na 2ª noite a Sagrada Família peregrinou à casa de Dona Lourdes. 
Continue rezando conosco! Acompanhe as peregrinações às famílias!
Hoje, participe da Celebração da Palavra na Capela, às 19h! Leve seu alimento para a Campanha "Natal sem fome" e sua doação para a Campanha pela Evangelização - Evangeli.Já!
Segunda-feira, 17, a novena acontecerá na família de Dona Maria da Soledade, presidente do  Apostolado da Oração.

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Convite: abertura do Ano da Fé na Paróquia Frei Galvão

No próximo dia 23 de dezembro, na tradicional "Missa de Frei Galvão", às 19h, na Igreja-matriz de Santo Antonio de Santana Galvão, no Conj. Joaz Souza, será aberto em nível paroquial o ANO DA FÉ (2012 - 2013) proclamado pelo Santo Padre para comemorarmos os 50 anos da abertura do Concílio Vaticano II e 20 anos do Catecismo da Igreja Católica. 
O Ano da Fé foi aberto em nível universal no dia 11 de outubro passado, no Vaticano, pelo Papa Bento XVI e, em nível diocesano, por Dom Alfredo Scháffler, no dia 10 de novembro.
Nesse dia, os fiéis devem levar uma vela para ser acesa na cerimônia. 
Participe!

ATENÇÃO: Em virtude da abertura do Ano da Fé na Matriz, a missa do 4º domingo em nossa comunidade foi transferida para o dia 30/12, Festa da Sagrada Família de Nazaré.

Faça um gesto concreto de solidariedade nesse natal

Há mais de 10 anos a Diocese de Parnaíba organiza a Campanha "Natal sem fome" e nas vésperas do Natal tem conseguido distribuir cerca de 25 cestas de alimentos para famílias carentes das centenas de comunidades paroquiais na cidade de Parnaíba. Até dia 16 você está convidado a doar alimentos não-perecíveis para essa campanha (lata de óleo, massa de milho, açúcar, arroz, macarrão, lata de sardinha, biscoitos salgados, farinha, feijão etc.). "Reparte o teu pão com o faminto!" (Ezequiel 18, 16).
E nesse 3º domingo do advento a Igreja do Brasil realizará também mais uma Coleta pela Evangelização! Portanto, ao participar das celebrações no domingo próximo reze e seja generoso ofertando dinheiro para custear as despesas com a Evangelização em nosso país! "Deus ama ao que dá com alegria!" (II Coríntios 9, 7)

Catequese infantil realiza Confraternização Natalina-2012

No último dia 9, II Domingo do Advento, as catequistas Ivanice e Rosário (Turma de 1ª Eucaristia), Karina e Arlene (Pré-1ª Eucaristia), o coordenador da pastoral catequética na comunidade, o catequista Hermerson Saulo e mais de 30 crianças fizeram uma belíssima confraternização. Na ocasião, assistiu-se a um filme sobre o Nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo (Natal), distribuiu-se lembrancinhas aos presentes e serviu-se um delicioso bolo feito por nossa catequista Arlene.
Queremos nessa oportunidade agradecer a todos os irmãos e irmãs que compraram cartelas para um bingo-relâmpago que fizemos no último dia 2 a fim de prepararmos e fazermos a festinha celebrada.
Disponibilizamos abaixo o vídeo que usamos na festinha:

sábado, 8 de dezembro de 2012

Reflexão para a Solenidade da Imaculada Conceição da Santíssima Virgem Maria

Deus fez o homem à sua imagem e semelhança e quis torná-lo seu interlocutor, apesar de não precisar dele. Contudo o homem, não se reconheceu criatura e se ensoberbou diante dele, querendo ser igual ao Criador. Isso desestabilizou o próprio homem trazendo-lhe profundas frustrações e tornando vazio o seu coração. Não aceitando ser criatura, rompeu, de sua parte, os laços afetivos para com o Pai e para com os demais, sejam seres humanos ou quaisquer outras criaturas.
Mas Deus, que é o Pai, nesse exato momento disse que as coisas não ficariam assim, que Ele iria refazer sua criação e com isso já temos no Gênesis 3, 15 a promessa do Messias, nascido de Mulher, no trecho chamado de Proto-evangelho, isto é, a primeira boa notícia.
Na segunda leitura, extraída da Carta aos Efésios, São Paulo dá um passo avante no que ouvimos durante a leitura do Gênesis. Deus nos dá, em Jesus Cristo, um “upgrade”, pois nele somos adotados como seus filhos. Deus não volta atrás. Ele nos criou para sermos seus filhos, para dialogarmos sempre com Ele. Mesmo com o pecado, Sua força é maior, seu projeto é para sempre, sua misericórdia é eterna!
No Evangelho, o Sim de Maria à proposta de Deus, dá à Humanidade a riqueza do amor de predileção. Esse amor se torna pleno. Maria é a nova criatura, aquela que não rivaliza com Deus, mas se coloca como a humilde serva, a colaboradora, a que se sentiu profundamente amada e por isso quer colaborar, não como retribuição, mas como gesto natural, conseqüência.
Imaculada Conceição, concebida livremente, sem a possibilidade de amarras, de limites, incondicionalmente. 
Maria é a primícia da Igreja, o modelo do cristão, da Humanidade Redimida, concebida desde o início no coração de Deus, nascida de seu lado aberto na cruz, banhada em seu sangue.
Que nosso modo de ser transpareça nossa filiação divina, dentro da escola de Maria!

Pe. César Augusto dos Anjos

Liturgia da Palavra do dia:
Primeira leitura - Gn 3,9-15.20
Segunda leitura - Ef 1,3-6.11-12
Salmo - Sl 97
Evangelho - Lc 1,26-38

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

O Matrimônio Cristão

A diferença é brutal. Pelos anos 70 qualquer Paróquia de médio porte, alcançava um patamar de 500 casamentos por ano. Hoje a média se concentra ao redor de uma centena anual, no máximo. Durante décadas nós criticamos o luxo e a ostentação nas celebrações matrimoniais (todas querendo imitar a riqueza da família real inglesa). O motivo dessas observações era que tais exageros envergonhavam os pobres que, por essa razão, preferiam não casar na Igreja. Analisando as eventuais razões que levaram a essa amnésia da graça sacramental de Cristo, poderíamos facilmente detectar as seguintes: laicização da vida religiosa. Trata-se de um problema de fé. Um dos noivos, ou os dois, não descobrem sentido no ato religioso. Assim se ouve um vago propósito de “casar mais tarde”. Mas de momento, quando muito, casam só no civil. Outro motivo é o de deixar uma porta aberta para um eventual novo casamento. Como o casamento religioso tem uma força moral enorme para selar uma “aliança eterna”, então, para descomplicar uma eventual nova experiência, se evita a celebração religiosa que poderia exigir grandes manobras burocráticas. “O que Deus uniu, o homem não separe” (Mt 19, 6). 
Dom Aloísio
A nossa juventude católica, que não se une pelo sacramento do Matrimônio, precisa crescer na sua fé. Deve saber que a cerimônia religiosa pode ser um momento de grande graça de fidelidade e de amor que o Cristo quer conceder aos noivos. Não casar pode ser sinal de perder uma grande bênção do Pai Criador. E por outra, não querer se vincular pelos laços sagrados do matrimônio, pode significar que a confiança recíproca ainda não atingiu a maturidade. Devem prolongar o tempo de conhecimento recíproco, e só depois “ajuntar os trapos”. Mas devem casar na Igreja, para terem aquela bênção especial, que os faça acreditar na sua sublime missão de participar da obra da criação. Para o mundo inteiro, aqueles que “casam no Senhor”, são praticantes do amor que Cristo tem pela sua Igreja. E tem uma garantia de Cristo: “O Senhor é fiel, Ele haverá de vos dar forças e vos preservar do mal” (2Tes 3,3). 

Dom Aloísio Roque Oppermann 
Arcebispo Emérito de Uberaba (MG) 

Fonte: CNBB: 4/12/2012.

SECA NO PIAUÍ, por Dom Alfredo Schaffler

Muitas vezes escutamos nos meios de comunicação da estiagem que atingiu o nosso Nordeste. Umas regiões a mais e outras menos. Escutamos do Estado da Bahia e Pernambuco, mas raras vezes está saindo uma notícia do nosso Piauí. Será que no nosso Piauí não aconteceu também uma grande estiagem? 
Temos municípios que ao longo do ano não tiveram nem cem milímetros de chuva. Municípios que nem conseguiram iniciar o plantio. No Centro Sul do nosso Estado, na região de Oeiras, São Raimundo Nonato e Picos, o povo grita por água. 
A água é um direito de cada ser humano. A água é algo necessário para a sobrevivência, isso não precisa se explicar para ninguém. Muito está se falando das cisternas que em parte o governo mandou construir. Sem dúvida nenhuma, uma cisterna numa casa no interior onde não se tem água perto da casa, é um alívio, é uma ajuda. Mas será que é a solução? 
A cisterna tem água quando [tem] chovido, porque na cisterna só tem água quando cai do telhado no tempo da chuva. Claro que se pode dizer: “Com um carro-pipa pode se encher a cisterna e assim armazenar a água”. Mas será que o carro-pipa chega em todas as casas onde se tem cisternas no nosso interior? Não temos muitas casas que estão se situando distante das estradas e no caminho tem tanta areia que qualquer caminhão vai atolar? 
Se cada vez mais pessoas procuram se arranjar na cidade, por quê? Se cada vez mais pessoas estão deixando o nosso interior, as roças onde plantam o seu feijão que compramos na feira, existe uma explicação. 
No centro do nosso Estado foram perfurados mais de mil poços artesianos e nunca foram colocados para funcionar. Esta informação foi o próprio governador que relatou isso num encontro que tivemos com ele. Mas eu pergunto concretamente: quantos destes poços foram colocados para fornecer água para a população? Tantos créditos que foram anunciados para amenizar os prejuízos da estiagem! Créditos até a fundo perdido! Será que vão cair novamente nas mãos daqueles que mais precisam ou vamos assistir de novo o inverso? 
E a nossa fama da indústria da seca vai se perpetuar novamente? Será que estes pequenos lavradores que tem uma pequena roça ou são meeiros tem acesso a estes créditos? 
Permitam no fim até uma pergunta: a nossa presidenta não foi também eleita pelos votos dos nossos nordestinos marcados pela estiagem? 
E agora já se escutou algo que veio fazer uma visita para conhecer [in loco] a situação deste povo sofrido, este povo sem água e sementes para plantar numa próxima chuva que todos esperam. Será que só basta para escutar para conhecer uma realidade? Creio quando estamos olhando e colocando o ouvido nestes corações sofridos, teríamos uma visão diferente da real necessidade. 
Com isso poderia se esperar que não se façam apenas promessas de ações paliativas como tantas já apresentadas. Mas se procure arregaçar as mangas para fazer opções que numa próxima estiagem nos colocam num patamar diferente. 

Firme na fé e fiquem com Deus 

Dom Alfredo Schaffler
Bispo de Parnaíba e Presidente do Regional CNBB NE-IV


Fonte: CNBB-NE IV

sábado, 1 de dezembro de 2012

Dom Alfredo Scháffler fala sobre o Advento. Assista!

Assista ao vídeo do Programa "A cidade medita" exibido ontem no Canal 2 ( TV Delta), 30/11/2012. Nele, Dom Alfredo Scháffler, nosso bispo diocesano faz-nos refletir sobre o sentido do "tempo" e em especial do Tempo do Advento, momento Litúrgico com o qual a Igreja inaugura um novo ano. Confira:

Diocese de Parnaíba elimina taxa de Batismo a partir de 2013

Leia e divulgue a mensagem "Voz do Pastor" postada no site da diocese no último dia 27/11/2012 e o Decreto assinado na Festa de Cristo Rei desse ano:

DIZIMO COMO COMPROMISSO 

Desde a Proclamação da República, a Igreja que então estava ligada diretamente ao Estado, que mantinha os padres, os seminários e as Dioceses, mudou o sistema da manutenção. 
Por ocasião da celebração dos sacramentos como: do Batismo, Matrimônio e da celebração da Crisma, as pessoas ofereceram uma taxa. Esta taxa serviu para a manutenção da Igreja com todas as necessidades. 
Em 1973 e no ano seguinte a Conferência dos Bispos do Brasil, conhecida como CNBB, refletiu sobre esta forma da manutenção da Igreja. Aí se chegou à conclusão que é uma forma já passada e que devia se partir para uma manutenção voluntária da comunidade católica que se chama também dízimo. O Dízimo seria a décima parte que a pessoa está ganhando, isso foi uma prática do Antigo Testamento e encontra as diversas indicações nos livros da Sagrada Escritura. 
Aí começou uma nova forma da manutenção da Igreja em todo Brasil. No nosso Piauí certas coisas demoram mais e por isso somente nos últimos anos iniciou-se para valer esta prática da manutenção da Igreja. Muitas paróquias deram passos louváveis e significativos para conseguir a sua autossustentação. 
Na nossa Diocese de Parnaíba temos ainda umas paróquias que caminham mais devagar. O Dízimo nestas paróquias está se situando ainda em torno de R$ 500,00 (quinhentos reais) por mês. Com isso a paróquia não tem condições da cumprir as obrigações para manter-se. A paróquia tem despesas com a luz, com água, a manutenção do transporte, já que todas as paróquias têm um número grande de comunidades que o padre está constantemente visitando para celebrar a fé com este povo. A manutenção do padre e as demais pessoas que trabalham em tempo integral na paróquia, tudo isso faz parte da autossustentação da comunidade paroquial. 
Assim as paróquias que caminharam melhor estão colaborando um pouco com as paróquias que ainda não alcançaram a sua autossustentação. 
Na Assembleia Pastoral [Diocesana] do ano 1998 ficou definida de caminhar para esta autossustentação para começar a eliminar as taxas que por ocasião da administração dos sacramentos estavam se recolhendo. 
Por fim podemos dizer que chegamos a alcançar este objetivo. Assim vamos eliminar todas as taxas que estava se recebendo por ocasião da celebração do sacramento do batismo. Ninguém precisa mais colocar qualquer taxa por ocasião da celebração do sacramento do batismo. Não importa se este sacramento está sendo celebrado individualmente ou comunitariamente. 
Decreto Episcopal de 25/11/2012
Em princípio o sacramento do batismo devia ser celebrado sempre no dia do Senhor, que é o nosso domingo. Cada paróquia estabelece os horários que sejam mais favoráveis aos fiéis. 
Em muitas paróquias se tem todo domingo um horário fixo para a celebração do batismo, aí aparecem às vezes mais pessoas com uma criança, ou aparecem apenas uma família com uma criança. A paróquia deve estabelecer os horários para facilitar o acesso à celebração do sacramento. 
Já que todo sacramento deve ser um sinal sensível da graça de Deus e nunca um sinal complicado com tantas exigências que dificulta a participação. 
Assim fica acertado e avisado, a partir do dia primeiro de janeiro de 2013 em todo território da Diocese de Parnaíba, ninguém coloque nenhuma taxa por ocasião da celebração do sacramento do batismo. 

Firme na fé e fiquem com Deus. 

Dom Alfredo Scháffler, 
Bispo diocesano de Parnaíba-PI 

Fonte: Diocese de Parnaíba.
Edição/adaptação: Catequista Hermerson Saulo.

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

"MISSA É COMO UM POEMA, NÃO SUPORTA ENFEITE NENHUM", DIZ ADÉLIA PRADO

Escritora brasileira defende resgate da beleza na celebração da liturgia 

Por Alexandre Ribeiro 

Ao defender o esmero com as celebrações litúrgicas e a beleza como uma «necessidade vital» que deve permeá-las, a escritora brasileira Adélia Prado afirma que «a missa é como um poema, não suporta enfeite nenhum». 
Papa presidindo o Santo Sacrifício da Missa.
Foto: Internet.
«A missa é a coisa mais absurdamente poética que existe. É o absolutamente novo sempre. É Cristo se encarnando, tendo a sua Paixão, morrendo e ressuscitando. Nós não temos de botar mais nada em cima disso, é só isso», enfatiza. 
[...] Ao propor a discussão do resgate da beleza nas celebrações litúrgicas, Adélia Prado reconheceu que essa é uma preocupação que a tem ocupado «há muitos anos». «Como cristã de confissão católica, eu acredito que tenho o dever de não ignorar a questão», disse. 
«Olha, gente – comentou com um tom de humor e lamento –, têm algumas celebrações que a gente sai da igreja com vontade de procurar um lugar para rezar.» 
Como um primeiro ponto a ser debatido, Adélia colocou a questão do canto usado na liturgia. Especialmente o canto «que tem um novo significado quanto à participação popular», ele «muitas vezes não ajuda a rezar». 
«O canto não é ungido, ele é feito, fazido, fabricado. É indispensável redescobrir o canto oração», disse, citando o padre católico Max Thurian, que, observador no Concílio Vaticano II ainda como calvinista, posteriormente converteu-se ao catolicismo e ordenou-se sacerdote. 
Adélia Prado reforçou as observações, enfatizando que «o canto barulhento, com instrumentos ruidosos, os microfones altíssimos, não facilita a oração, mas impede o espaço de silêncio, de serenidade contemplativa». 
Segundo a poeta, «a palavra foi inventada para ser calada. É só depois que se cala que a gente ouve. A beleza de uma celebração e de qualquer coisa, a beleza da arte, é puro silêncio e pura audição». 
«Nós não encontramos mais em nossas igrejas o espaço do silêncio. Eu estou falando da minha experiência, queira Deus que não seja essa a experiência aqui», comentou. 
«Parece que há um horror ao vazio. Não se pode parar um minuto». «Não há silêncio. Não havendo silêncio, não há audição. Eu não ouço a palavra, porque eu não ouço o mistério, e eu estou celebrando o mistério», disse. 
De acordo com a escritora mineira (natural de Divinópolis), «muitos procedimentos nossos são uma tentativa de domesticar aquilo que é inefável, que não pode ser domesticado, que é o absolutamente outro». 
«Porque a coisa é tão indizível, a magnitude é tal, que eu não tenho palavras. E não ter palavras significa o quê? Que existe algo inefável e que eu devo tratar com toda reverência.» 
Adélia Prado fez então críticas a interpretações equivocadas que se fizeram do Concílio Vaticano II na questão da reforma litúrgica. 
«Não é o fato de ter passado do latim para a língua vernácula, no nosso caso o português, não é isso. Mas é que nessa passagem houve um barateamento. Nós barateamos a linguagem e o culto ficou empobrecido daquilo que é a sua própria natureza, que é a beleza.» 
«A liturgia celebra o quê?» – questionou –. «O mistério. E que mistério é esse? É o mistério de uma criatura que reverencia e se prostra diante do Criador. É o humano diante do divino. Não há como colocar esse procedimento num nível de coisas banais ou comuns.» 
Segundo Adélia, o erro está na suposição de que, para aproximar o povo de Deus, deve-se falar a linguagem do povo. 
«Mas o que é a linguagem do povo? É aí que mora o equívoco», – disse –. «Não há ninguém que se acerca com maior reverência do mistério de Deus do que o próprio povo». 
«O próprio povo é aquele que mais tem reverência pelo sagrado e pelo mistério», enfatizou. 
«Como é que eu posso oferecer a esse povo uma música sem unção, orações fabricadas, que a gente vê tão multiplicadas e colocadas nos bancos das igrejas, e que nada têm a ver com essa magnitude que é o homem, humano, pecador, aproximar-se do mistério.» 
Segundo a escritora brasileira, barateou-se o espaço do sagrado e da liturgia «com letras feias, com músicas feias, comportamentos vulgares na igreja». 
«E está tão banalizado isso tudo nas nossas igrejas que até o modo de falar de Deus a gente mudou. Fala-se o “Chefão”, “Aquele lá de cima”, o “Paizão”, o “Companheirão”.» 
«Deus não é um “Companheirão”, ele não é um “Paizão”, ele não é um “Chefão”. Eu estou falando de outra coisa. Então há a necessidade de uma linguagem diferente, para que o povo de Deus possa realmente experimentar ou buscar aquilo que a Palavra está anunciando», afirmou. 
Para Adélia Prado, «linguagem religiosa é linguagem da criatura reconhecendo que é criatura, que Deus não é manipulável, e que eu dependo dele para mover a minha mão». 
Com esse espírito, enfatizou, «nossa Igreja pode criar naturalmente ritos e comportamentos, cantos absolutamente maravilhosos, porque verdadeiros». 
Ao destacar que a missa é como um poema e que não suporta enfeites, Adélia Prado afirmou que a celebração da Eucaristia «é perfeita» na sua simplicidade. 
«Nós colocamos enfeites, cartazes para todo lado, procissão disso, procissão daquilo, procissão do ofertório, procissão da Bíblia, palmas para Jesus. São coisas que vão quebrando o ritmo. E a missa tem um ritmo, é a liturgia da Palavra, as ofertas, a consagração… então ela é inteirinha.» 
«A arte a gente não entende. Fé a gente não entende. É algo dirigido à terceira margem da alma, ao sentimento, à sensibilidade. Não precisa inventar nada, nada, nada», disse Adélia. 
E encerrou declamando um poema seu, cujo um fragmento diz: 

Ninguém vê o cordeiro degolado na mesa, 
o sangue sobre as toalhas, 
seu lancinante grito, 
ninguém”.

Fonte: ZENIT. Publicado em: 2/12/2007.

Missa não é opereta

Pe. Zezinho, scj 

Opera é um teatro todo cantado. Opereta, um teatro declamado, falado e cantado. Pode haver danças no meio. É mais ou menos isso! Os detalhes eu deixo para os especialistas em artes cênicas. Missa é culto católico, com séculos de história, que não depende de lugar para acontecer, mas, em geral, acontece num templo. Não é nem nunca foi ópera ou opereta. Quem dela participa não é ator e nem o presidente da assembléia nem os cantores podem ser sua principal atração. 
Mas são! E o são por conta de um fato: a maioria não estudou ou não respeita as orientações dos especialistas de uma ciência chamada "liturgia". Liturgia deve ser o que impede que o altar vire palco, e o lado direito ou esquerdo dele vire coxia! Regula o culto de maneira que transpareça a catequese e a teologia daquele momento. Na hora em que o presidente daquele culto, ofuscado pelas luzes e pela fama local ou nacional, e algum cantor ou cantora deslumbrado com a sua chance de mostrar seu talento roubam a cena, temos mais uma exibição de opereta, num templo católico. Gestos, corridinhas, roupas lindas, música que estoura os ouvidos, o padre onipresente, inserções aqui e ali no script do que tratam como peça de arte, vinte músicas para uma missa, as canções duram 50 minutos e as palavras da missa 12 ou 15, o sermão do padre 25... E o povo que não pagou para assistir, é convidado a deixar sua contribuição no ofertório. Na semana que vem haverá outra exibição... Isto, nos cultos em que o altar vira palco e o celebrante que poderia, sim, ser alegre, comunicativo, acolhedor, resolve se o ator principal com alguns coadjuvantes chamados banda católica. 
Nos outros cultos chamados de eucaristia e tratados como eucaristia a coisa é bem outra! Tem decoro, tem lógica, obedece-se ao conteúdo e aos textos daquele dia, as canções são verdadeiramente litúrgicas, os leitores sabem ler e não engasgam, os microfones não estouram, ninguém toca nem fala para ensurdecer, músicos não entram em competição, nenhum solista canta demais, cantores apenas lideram o povo, ninguém fica dedilhando cançõezinhas durante a consagração, como fundo para Jesus que faz o seu debut, as canções são ensaiadas e escolhidas de acordo com o tema da missa daquele dia, não se canta na hora da saudação de paz porque ninguém diz bom dia, ou como vai cantando...Tais coisas só acontecem nas operetas... 
Nas missas sérias e com unção ninguém fica passando à frente ou atrás do altar, ministro não fica mexendo no altar enquanto o padre prega, padre não exagera nas vestes, não berra, não grita, não dá show de presença, tudo é feito com muita seriedade e decoro. O padre até se destaca pela seriedade. Celebra-se, dentro das nuances permitidas, o mesmo ato teológico com implicações sociais que se celebra no mundo inteiro. Todos aparecem e ninguém se destaca. 
Mas receio ser inútil escrever sobre estas coisas, porque pouquíssimas bandas e pouquíssimos sacerdotes admitem que isso acontece com eles... E ai de quem disser que acontece! Mandam consultar o ibope sobre as novas missas transformadas em operetas, nas quais se privilegia mais canção do que os textos do dia. Perguntem se, depois daquele "somzão" e daquelas inserções com exorcismo, oração em línguas e outros adendos não aumentou a freqüência aos templos! É! Pois é! 

Fonte: Paulinas.

sábado, 24 de novembro de 2012

Cristo Reina

Dom Orani João Tempesta, O. Cist. 
Arcebispo Metropolitano de S. Sebastião do Rio de Janeiro, RJ 

Chegamos ao último domingo do Ano Litúrgico! A Igreja nos convida a olhar para a direção de Cristo, Senhor e Rei do Universo. Toda a nossa vida, como a liturgia, é para que Cristo reine no mundo. É também o Dia do Cristão Leigo. A sua presença no mundo testemunhando Jesus Cristo é a grande missão de discípulo missionário. Estamos recebendo nesta última semana do ano litúrgico representantes de quase uma centena de nações que virão ao Rio de Janeiro, junto com o Pontifício Conselho dos Leigos, para os preparativos da JMJ Rio 2013. Esse gesto é muito significativo: todo o nosso trabalho e a vida dos jovens é para que Cristo, reinando nas vidas e nos corações de todos, com uma nova vida no coração e nas atitudes, caminhem na direção da civilização do amor.
É domingo de Cristo Rei! Nós recordamos que chegada a sua hora, Jesus é levado a Pilatos para que ele ratificasse a decisão do Sinédrio e o condenasse à morte. Pilatos lhe pergunta: “És tu o rei dos judeus?” Respondeu Jesus: “Tu o dizes. Sou rei”. Na sequência do interrogatório, Jesus afirma que seu Reino não é deste mundo e a ele veio para dar testemunho da Verdade. Pilatos indaga: “O que é a Verdade?”. 
O Reino de Deus é um mistério! Só com os olhos da fé podemos entendê-lo. Somente a fé é capaz de abrir nossos olhos para o plano da Providência Divina sobre o universo criado, sobre a presença do mal na história e o mistério do Reino que triunfará. 
Vivemos dias difíceis. O mistério da iniquidade parece dominar todos os setores da civilização atual. A cada novo dia novos problemas e violências aparecem por todos os cantos do mundo. Como predisse Jesus, nos textos escatológicos do Evangelho, nações se erguem contra nações, povo contra povo e, no meio do mesmo povo, as desordens de todo o gênero a nos colocar, a todos, diante da destruição moral e física, diante da morte. Parece ver a fotografia de nossos jornais, revistas e noticiários diários e semanais. 
Mas, “Importa que Ele reine até que seus inimigos caiam a seus pés.” E para esta missão o Senhor nos chamou quando, glorificada a sua humanidade, ascendeu aos céus e nos mandou ir para anunciar o seu Reino a todos os povos. 
Nos prenúncios da Nova Evangelização, sobre o que se insiste hoje na Igreja, como bem refletiu o Sínodo dos Bispos recém-findo, já no limiar do século XX, Pio XI instituiu esta festa para que, de uma forma conveniente com a cultura atual, fosse entendida pela civilização de hoje, e nós, cristãos, levássemos o mundo ao conhecimento da Verdade e proclamássemos o Reino que está entre nós e pelo qual anseia o coração humano e aspira toda a criação, como ensina São Paulo. 
Como os apóstolos, quando, com o Mestre, se dirigiam à Jerusalém para o embate final da cruz, ainda temos em mente um reino terrestre, em que desejamos um lugar proeminente. Mas Jesus desfaz essas pretensões e apresenta o modelo do seu Reino, onde todos são irmãos e servem uns aos outros na caridade que emana do amor ao Pai. Serão esses que, sendo discípulos de Jesus, anunciam-No ao mundo com sua palavra e testemunho. 
O evangelista João nos atesta a geração eterna do Verbo, que se tornou homem para testemunhar a Verdade. Que veio para o que era seu povo e não foi por esse reconhecido. Ele mostrou seu poder às multidões que O seguiam, que o quiseram fazer rei, não entendendo o milagre da multiplicação dos pães, como nos relatam os sinóticos. 
Cristo é o Rei do Universo, não como os reis terrenos, cuja glória é fugidia e cujo poder é limitado. O pão que Ele nos dá não é como o maná que nossos pais comeram e morreram todos eles, porque é Ele próprio o pão da vida. 
São Paulo, escrevendo aos Colossenses, canta a grandeza desse mistério que Deus nos revelou pelo seu Cristo. Por Ele e para Ele foram feitas todas as coisas, as visíveis e as invisíveis. 
Ele é o Primogênito dos mortos, em quem reside toda a plenitude e poder, para que por Ele fossem destruídos o pecado e a morte e por Ele e Nele, libertos da corrupção e da morte, todos participassem de seu Reino de Santidade e de Vida, Reino de Justiça e Verdade, de Amor e de Paz. 
Neste final de semana começamos também a Campanha para a Evangelização em todo o Brasil, que, no terceiro domingo do Advento, após as reflexões próprias deste tempo, chegaremos à coleta nacional pela evangelização. O tema está bem dentro desse clima que vivemos neste domingo e na preocupação com a nova Evangelização: “Eu vi e dou testemunho: Ele é o Filho de Deus” (Jo 1, 34) e por isso somos chamados ao Evangeli-já. Essas reflexões sobre a necessidade de evangelizar devem ajudar a Igreja a ser cada vez mais um sinal do Reino de Deus no mundo de hoje. 
Nesta solenidade de Cristo Rei que encerra o ano litúrgico, como uma coroa de toda uma vivência cristã, alicerçada na fé, proclamemos em nossos corações a realeza de Cristo e renovemos nossa consagração batismal de levar o Seu nome a todas as gentes, a todas as atividades humanas, santificando-as por Seu nome. 

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

"Fase pós-eleitoral", por Dom Alfredo Scháffler

Boa reflexão para os cristãos-cidadãos da cidade de Parnaíba. Leia:

Fase pós-eleitoral
 
Passadas as eleições a consciência cidadã é desafiada a considerar que está terminada a etapa da campanha eleitoral, anunciados os vitoriosos e iniciada a fase que marca o próximo quadriênio. Esta etapa é tão, ou mais importante quanto a que culminou com a ida as urnas. Os eleitores tem o direito e o dever de acompanhar o desempenho dos seus representantes no Executivo e no Legislativo.
Este acompanhamento é uma participação cidadã de alta importância. Os eleitos estão, nem é necessário dizer, a serviço da sociedade civil. Configurada no seu tecido pelos eleitores, a sociedade tem um valor considerável, de modo que a comunidade política, constituída pelo voto, está a serviço dela.
A sociedade civil, enquanto universal, é a guardiã e destinatária do bem comum com a obrigação e o dever de exigir respeito na medida do direito de cada cidadão. A comunidade civil não pode, portanto, ser considerada, como um apêndice ou uma variável da comunidade política. A civil tem preeminência sobre a política. Sua justificação é o serviço prestado aos cidadãos, todos na construção de uma sociedade justa, solidária e depositaria de valores. A referência é aos valores relacionais, morais, éticos e de abertura a transcendência. Aqui se localiza o lugar educativo e de imprescindível contribuição que a Igreja Católica tem direito e obrigação de oferecer.
A comunidade política não é a fonte única e inesgotável na definição de valores que se constituem como parâmetro e critério para a sua orientação. Quando se pensa, por exemplo, a respeito de ideologias políticas individualistas, totalitárias e relativistas, no que concerne aos valores morais, a comunidade política precisa de instâncias de confronto que lhe podem dar novos rumos. Não se trata da constituição de bancada, por exemplo, na câmara municipal, com qualificação confessional, muitas vezes para atender a interesses de tipo cartorial. Trata-se de um indispensável confronto e presença propositiva à consciência de representantes eleitos, para que esses não se sustentem apenas no ideário ideológico de seus partidos, e nem apenas de modo individualista do tecido de sua própria consciência que precisa, é claro, ser bem permanentemente formada na direção do respeito à vida e na gestão do que é o do bem comum.
O Papa Bento XVI conclamou os bispos, na sua tarefa de ensinar, a formar a consciência moral do povo e esclarecer com veemência a doutrina moral iluminando escolhas e discernimentos no âmbito da política, para garantir rumos adequados e inequívocos quanto ao respeito à vida, desde a fecundação até a morte natural, assim na priorização da infraestrutura e erradicação da miséria.
Não se pode considerar que este período pós-eleitoral significa um silêncio ou um acompanhamento de desfechos. A fé professada com sinceridade, ancorada em referências éticas, alimenta-se de uma fonte indispensável ao exercício desse serviço prestado pela comunidade política.
O momento está exigindo e é propício para que se alcance, com mais rapidez, conquistas na infraestrutura, erradicação da miséria avanços na ciência, tecnologia, economia e educação, e ainda respeito à liberdade religiosa promoção de valores humanos, morais.
A fé cristã tem, pois, importante tarefa, também agora depois das Eleições. Enquanto que temos famílias que sobrevivem do lixo que nós jogamos fora, não podemos dizer que já se resolveu o mais elementar da dignidade das pessoas da nossa cidade.
Firme na fé e fiquem com Deus.

+ Alfredo Scháffler
Bispo de Parnaíba-PI

domingo, 18 de novembro de 2012

Comunhão e partilha entre as dioceses brasileiras

Dom Alfredo Shaffler (foto), bispo de Parnaíba (PI) e presidente do Regional NE-IV da CNBB, encaminhou, junto ao Conselho Permanente da CNBB, a operacionalização de uma das principais decisões do episcopado brasileiro, durante a 50ª Assembleia Geral da CNBB, em abril deste ano, que foi a criação de um fundo para colaborar com a formação dos seminaristas das dioceses mais pobres. Chamado de “Comunhão e Partilha”, o projeto, aprovado por unanimidade, já está em pleno funcionamento. (Cf. Matéria relacionada, AQUI).
Criada em maio deste ano, a Comissão Especial para a Solidariedade Entre as Dioceses é presidida por dom Alfredo. Após um levantamento das dioceses e prelazias que não têm recursos para custear plenamente a formação de seus seminaristas, elas foram divididas em dois grupos: o grupo A, com renda mensal até R$ 10 mil; e o grupo B, com renda mensal acima de R$ 10 mil e abaixo de R$ 20 mil. 
Por decisão do Conselho Permanente, inicialmente foram atendidas as dioceses e prelazias do grupo A, até que o recurso permita atender ao grupo B. Todas as dioceses, a partir de julho de 2012, passaram a depositar 1% de sua renda ordinária fixa - recebida mensalmente das paróquias, dos santuários, dos aluguéis e de outras entradas – todo dia 30 de cada mês. 
Na CNBB, a Comissão encarregada de administrar e supervisionar o fundo de solidariedade faz o repasse ao seminário/casa de formação, no valor de dois salários mínimos, em benefício de cada seminarista pertencente às dioceses e prelazias do Grupo A. Também está previsto, quando houver recursos, o repasse do valor de 75% de dois salários mínimos, em benefício de cada seminarista pertencente às dioceses do Grupo B. A diocese beneficiada deve informar à CNBB o nome do seminarista, bem [como] enviar um relatório anual da ajuda recebida e sua aplicação. 
Já foram beneficiadas pelo projeto as dioceses de São Raimundo Nonato (PI), Corumbá (MS), Bom Jesus (PI), Zé Doca (MA), Ponta de Pedras (PA), Brejo (MA), Marajó (PA), Paranatinga (MT) e Borba (AM). O projeto “Comunhão e Partilha” terá duração de cinco anos, quando será submetido à avaliação pela Assembleia Geral da CNBB.

Fonte: Adaptado de CNBB.

sábado, 17 de novembro de 2012

Irmãos participam do festejo de Santa Teresinha

Na noite de ontem, 16, irmãos de nossa comunidade participaram da Santa Missa presidida pelo nosso pároco, Pe. Vicente, na 2ª noite da Festa em honra de Santa Teresinha do Menino Jesus e da Sagrada Face, doutora da Igreja e Padroeira das Missões, na Capela a ela dedicada no bairro São Vicente de Paulo.
Participe você também! 
A festa vai até dia 25 de novembro!

CONFIRA A PROGRAMAÇÃO CLICANDO NAS IMAGENS! 

Bento XVI cita exemplo de José de Anchieta aos jovens

Bento XVI voltou a recordar aos brasileiros a figura de seu Apóstolo, o Beato José de Anchieta. Desta vez, o Santo Padre dirigiu-se aos jovens do mundo inteiro ao citá-lo na “Mensagem para a XXVIII Jornada Mundial da Juventude”, publicada na sexta-feira (16/11), sobre a JMJ Rio 2013.
Disse o Santo Padre: “Penso, por exemplo, no Beato José de Anchieta, jovem jesuíta espanhol do século XVI, que partiu em missão para o Brasil quando tinha menos de vinte anos e se tornou um grande apóstolo do Novo Mundo.” 
Essa frase do Papa é antecedida por um aceno à entrega da própria vida feita por jovens generosos em favor da construção do Reino de Deus. Bento XVI escreve ainda: “Com grande entusiasmo, levaram a Boa Nova do Amor de Deus manifestado em Cristo, com meios e possibilidades muito inferiores àqueles de que dispomos hoje em dia.” 
É verdade! Basta pensarmos no Brasil recém achado, sem estradas, sem recurso algum e o aquilo que José de Anchieta realizou, adoentado e apenas com o conhecimento de um jovem de 18 anos. 
Esse rapaz, cheio de ardor por Jesus Cristo, aprendeu, em poucos meses, a língua tupi para evangelizar os donos da terra e colaborar no trabalho missionário de seus companheiros, observou o que agradava aos indígenas e lançou mão do teatro, da dança e da música para catequizá-los. 
Sim, o Santo Padre tem razão ao apresentar o jovem José de Anchieta, ou melhor, o jovem José do Brasil, como modelo e incentivo aos jovens de hoje.


Saiba mais sobre o José de Anchieta...

Beato José de Anchieta, “Apóstolo do Brasil”. 

Nasceu em 19 de março de 1534 em San Cristóvão de La Laguna, Tenerife, Ilhas Canárias, Espanha. Filho de uma rica e proeminente família e possivelmente parente de Santo Inácio de Loyola. Foi educado em Portugal. Entrou para a Ordem dos jesuítas em 1551 com 17 anos. Foi missionário no Brasil, chegando em 13 de julho de 1553. 
Quando jovem deslocou a espinha e quando entrou para os jesuítas foi enviado ao Brasil na esperança que com o seu clima quente suas costas melhorassem. Isto nunca ocorreu e ele estava em constantes dores nas costas por 44 anos que trabalhou no Brasil. 
Junto com o jesuíta Manuel da Nóbrega chegaram em Piratininga na festa da Conversão de São Paulo (25/01) e assim nomearam a Missão como São Paulo. Nascia assim a cidade de São Paulo. Seus fundadores, sob a inspiração de Manuel da Nóbrega, haviam sido os treze jesuítas chegados de São Vicente. 
Em 1553 ele se encontrou com os índios Tupis que viviam nas proximidades da missão. Ele dominou rapidamente a língua dos índios. 
Por duas décadas José trabalhou na gramática indígena e escreveu dicionários que seriam usados pelos portugueses e pelos missionários. 
José mais tarde foi feito refém por 5 meses pelos índios da tribo do Tamoios e durante este tempo ele compôs um poema em latim em Honra a Santíssima Virgem. Como não tinha papel e tinta, ele escreveu na areia molhada e memorizou os versos. Quando de novo voltou para São Vicente ele passou, ao todo, 4.172 linhas para o papel. 
José converteu a tribo dos Maramomis e compôs peças para os estudantes representarem. Ele as compunha em latim, espanhol, português e em Tupi (a mais usada das línguas indígenas). Como os seus dramas foram os primeiros escritos no Brasil, José é conhecido como o "Pai da Literatura Nacional Brasileira". 
Foi indicado Provincial Jesuíta em 1577. Em carta para seus colegas missionários ele os advertia que o desejo de converter apenas, não era suficiente "E necessário vir com uma sacola cheia de virtudes". 
Ele faleceu em 9 de junho de 1597 em Iriritiba ou Riritiba (hoje Anchieta) no Estado do Espírito Santo, Brasil. 
Foi beatificado em 22 de junho de 1980 pelo beato Papa João Paulo II. 
Sua festa é celebrada no dia 9 de junho 

FONTE: Adaptado de: “Cadê meu Santo".

LEIA A MENSAGEM DO SANTO PADRE PARA A JMJ-Rio 2013

MENSAGEM DO PAPA BENTO XVI 
PARA A 28ª JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE 
NO RIO DE JANEIRO, EM JULHO DE 2013

«Ide e fazei discípulos entre as nações!» (cf. Mt 28,19)

Queridos jovens,
Desejo fazer chegar a todos vós minha saudação cheia de alegria e afeto. Tenho a certeza que muitos de vós regressastes a casa da Jornada Mundial da Juventude em Madri mais «enraizados e edificados em Cristo, firmes na fé» (cf. Col 2,7). Este ano, inspirados pelo tema: «Alegrai-vos sempre no Senhor» (Fil 4,4) celebramos a alegria de ser cristãos nas várias Dioceses. E agora estamo-nos preparando para a próxima Jornada Mundial, que será celebrada no Rio de Janeiro, Brasil, em julho de 2013.
Desejo, em primeiro lugar, renovar a vós o convite para participardes nesse importante evento. A conhecida estátua do Cristo Redentor, que se eleva sobre àquela bela cidade brasileira, será o símbolo eloquente deste convite: seus braços abertos são o sinal da acolhida que o Senhor reservará a todos quantos vierem até Ele, e o seu coração retrata o imenso amor que Ele tem por cada um e cada uma de vós. Deixai-vos atrair por Ele! Vivei essa experiência de encontro com Cristo, junto com tantos outros jovens que se reunirão no Rio para o próximo encontro mundial! Deixai-vos amar por Ele e sereis as testemunhas de que o mundo precisa.
Convido a vos preparardes para a Jornada Mundial do Rio de Janeiro, meditando desde já sobre o tema do encontro: «Ide e fazei discípulos entre as nações» (cf. Mt 28,19). Trata-se da grande exortação missionária que Cristo deixou para toda a Igreja e que permanece atual ainda hoje, dois mil anos depois. Agora este mandato deve ressoar fortemente em vosso coração. O ano de preparação para o encontro do Rio coincide com o Ano da fé, no início do qual o Sínodo dos Bispos dedicou os seus trabalhos à «nova evangelização para a transmissão da fé cristã». Por isso me alegro que também vós, queridos jovens, sejais envolvidos neste impulso missionário de toda a Igreja: fazer conhecer Cristo é o dom mais precioso que podeis fazer aos outros.

1. Uma chamada urgente
A história mostra-nos muitos jovens que, através do dom generoso de si mesmos, contribuíram grandemente para o Reino de Deus e para o desenvolvimento deste mundo, anunciando o Evangelho. Com grande entusiasmo, levaram a Boa Nova do Amor de Deus manifestado em Cristo, com meios e possibilidades muito inferiores àqueles de que dispomos hoje em dia. Penso, por exemplo, no Beato José de Anchieta, jovem jesuíta espanhol do século XVI, que partiu em missão para o Brasil quando tinha menos de vinte anos e se tornou um grande apóstolo do Novo Mundo. Mas penso também em tantos de vós que se dedicam generosamente à missão da Igreja: disto mesmo tive um testemunho surpreendente na Jornada Mundial de Madri, em particular na reunião com os voluntários.
Hoje, não poucos jovens duvidam profundamente que a vida seja um bem, e não veem com clareza o próprio caminho. De um modo geral, diante das dificuldades do mundo contemporâneo, muitos se perguntam: E eu, que posso fazer? A luz da fé ilumina esta escuridão, nos fazendo compreender que toda existência tem um valor inestimável, porque é fruto do amor de Deus. Ele ama mesmo quem se distanciou ou esqueceu d’Ele: tem paciência e espera; mais que isso, deu o seu Filho, morto e ressuscitado, para nos libertar radicalmente do mal. E Cristo enviou os seus discípulos para levar a todos os povos este alegre anúncio de salvação e de vida nova.
A Igreja, para continuar esta missão de evangelização, conta também convosco. Queridos jovens, vós sois os primeiros missionários no meio dos jovens da vossa idade! No final do Concílio Ecumênico Vaticano II, cujo cinquentenário celebramos neste ano, o Servo de Deus Paulo VI entregou aos jovens e às jovens do mundo inteiro uma Mensagem que começava com estas palavras: «É a vós, rapazes e moças de todo o mundo, que o Concílio quer dirigir a sua última mensagem, pois sereis vós a recolher o facho das mãos dos vossos antepassados e a viver no mundo no momento das mais gigantescas transformações da sua história, sois vós quem, recolhendo o melhor do exemplo e do ensinamento dos vossos pais e mestres, ides constituir a sociedade de amanhã: salvar-vos-eis ou perecereis com ela». E concluía com um apelo: «Construí com entusiasmo um mundo melhor que o dos vossos antepassados!» (Mensagem aos jovens, 8 de dezembro de 1965).
Queridos amigos, este convite é extremamente atual. Estamos passando por um período histórico muito particular: o progresso técnico nos deu oportunidades inéditas de interação entre os homens e entre os povos, mas a globalização destas relações só será positiva e fará crescer o mundo em humanidade se estiver fundada não sobre o materialismo mas sobre o amor, a única realidade capaz de encher o coração de cada um e unir as pessoas. Deus é amor. O homem que esquece Deus fica sem esperança e se torna incapaz de amar seu semelhante. Por isso é urgente testemunhar a presença de Deus para que todos possam experimentá-la: está em jogo a salvação da humanidade, a salvação de cada um de nós. Qualquer pessoa que entenda essa necessidade, não poderá deixar de exclamar com São Paulo: «Ai de mim se eu não anunciar o Evangelho» (1 Cor 9,16).

2. Tornai-vos discípulos de Cristo
Esta chamada missionária vos é dirigida também por outro motivo: é necessário para o nosso caminho de fé pessoal. O Beato João Paulo II escrevia: «É dando a fé que ela se fortalece» (Encíclica Redemptoris missio, 2). Ao anunciar o Evangelho, vós mesmos cresceis em um enraizamento cada vez mais profundo em Cristo, vos tornais cristãos maduros. O compromisso missionário é uma dimensão essencial da fé: não se crê verdadeiramente, se não se evangeliza. E o anúncio do Evangelho não pode ser senão consequência da alegria de ter encontrado Cristo e ter descoberto n’Ele a rocha sobre a qual construir a própria existência. Comprometendo-vos no serviço aos demais e no anúncio do Evangelho, a vossa vida, muitas vezes fragmentada entre tantas atividades diversas, encontrará no Senhor a sua unidade; construir-vos-eis também a vós mesmos; crescereis e amadurecereis em humanidade.
Mas, que significa ser missionário? Significa acima de tudo ser discípulo de Cristo e ouvir sem cessar o convite a segui-Lo, o convite a fixar o olhar n’Ele: «Aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração» (Mt 11,29). O discípulo, de fato, é uma pessoa que se põe à escuta da Palavra de Jesus (cf. Lc 10,39), a quem reconhece como o Mestre que nos amou até o dom de sua vida. Trata-se, portanto, de cada um de vós deixar-se plasmar diariamente pela Palavra de Deus: ela vos transformará em amigos do Senhor Jesus, capazes de fazer outros jovens entrar nesta mesma amizade com Ele.
Aconselho-vos a guardar na memória os dons recebidos de Deus, para poder transmiti-los ao vosso redor. Aprendei a reler a vossa história pessoal, tomai consciência também do maravilhoso legado recebido das gerações que vos precederam: tantos cristãos nos transmitiram a fé com coragem, enfrentando obstáculos e incompreensões. Não o esqueçamos jamais! Fazemos parte de uma longa cadeia de homens e mulheres que nos transmitiram a verdade da fé e contam conosco para que outros a recebam. Ser missionário pressupõe o conhecimento deste patrimônio recebido que é a fé da Igreja: é necessário conhecer aquilo em que se crê, para podê-lo anunciar. Como escrevi na introdução do YouCat, o Catecismo para jovens que vos entreguei no Encontro Mundial de Madri, «tendes de conhecer a vossa fé como um especialista em informática domina o sistema operacional de um computador. Tendes de compreendê-la como um bom músico entende uma partitura. Sim, tendes de estar enraizados na fé ainda mais profundamente que a geração dos vossos pais, para enfrentar os desafios e as tentações deste tempo com força e determinação» (Prefácio).

sábado, 3 de novembro de 2012

Igreja Missionária, por Dom Alfredo Scháffler

Texto de autoria do nosso bispo diocesano, Dom Alfredo Scháffler exibido em forma de vídeo na tevê no Canal 2 - TV Delta em 19 de outubro passado. Mensagem só agora disponível na internet e que compartilhamos abaixo.

Igreja Missionária

Desde os tempos iniciais a Igreja compreendeu o mandamento que Jesus confiou aos apóstolos de partir para os demais cantos do mundo para anunciar a Boa Nova. Foi o último desejo de Jesus, antes que foi elevado ao Pai, que partissem ao mundo para anunciar a todas as nações. Foi assim que os apóstolos e discípulos fizeram.
Temos notícias da Igreja primitiva que partiram para o mundo conhecido daquele tempo e anunciaram que temos um Deus que nos ama infinitamente. Todos foram martirizados e ofereceram a vida. E este mandamento missionário continua até os dias de hoje.
Nós só somos a Igreja de Jesus Cristo, se fomos uma Igreja missionária.Isso significa que cada um que fomos batizados temos esta tarefa missionária para cumprir. Isso não significa que temos deixar agora a nossa casa e nossa família. Mas na família e na casa da gente e no lugar onde trabalhamos podemos exercer este mandamento missionário.
De um lado podemos ser missionários com testemunho da nossa vida, com a [hierarquia] dos valores que adotamos. Aí expressamos que estamos colocando no centro da nossa vida os valores que resultam da Palavra de Deus. A verdade e a honestidade, a justiça e o respeito diante do próximo. A nossa vida deve ser um anúncio constante da Boa Nova.
Todos nós temos pessoas para os quais estamos elevando a vista, para os quais estamos olhando. Pessoas que nos inspiram algo que nos motiva e anima.
Como foi bonito nesta semana que passou quando estávamos celebrando o “Dia da Criança”: os alunos do Colégio Diocesano visitaram o Centro Social São Francisco, brincaram com as crianças e expressaram através de mais diversos gestos a solidariedade! Isso sem dúvida nenhuma foi um gesto missionário!
Quantas pessoas da nossa cidade não sabem que temos pessoas que vivem daquilo que nós jogamos foram, que jogamos no lixo. Quantas famílias vivem do [lixão] da nossa cidade.
Mas temos uma outra forma de ser missionário: partir para falar explicitamente de Jesus Cristo, novamente nas famílias e na nossa sociedade.
Como foi edificante a ação missionária nas nossas paróquias quando as pessoas se colocaram a disposição das semanas missionárias.
Mas temos também hoje, homens e mulheres, famílias e solteiros, padres e religiosos e religiosas que partem para outras terras como missionários. Aqui em Parnaíba temos a Comunidade Missionária Shalom – são jovens que deixaram as famílias para se colocar a serviço da Igreja unicamente com o intuito de anunciar a Palavra de Deus nas mais diversas maneiras formas da linguagem moderna.
Assim devemos acompanhar os nossos missionários que dedicam a vida de uma forma abnegada ao anúncio da Boa Nova com a nossa oração.
No mês de outubro, no próximo domingo [21/10/2012], em todas as nossas Igrejas temos uma coleta nas missas para também apoiar financeiramente estes missionários “além-fronteiras” na sua manutenção que eles necessitam. Hoje temos missionários brasileiros em outros países para evangelizar. Temos uma religiosa daqui de Parnaíba que está em Moçambique na África numa situação nem sempre fácil. Mas movido pelo amor a Deus, estão entregando o que tem de mais precioso, a suas vidas a causa da missão.
E nós, que estamos fazendo?
Firme na Fe e fiquem com Deus.

Dom Alfredo Schaffler
Bispo diocesano de Parnaíba-PI. 
Presidente da CNBB - Regional Nordeste IV (2011-2015), referencial do Setor Familiar.

Fonte: CNBB - NE IV